‘Pega Pega’ fecha melhor do que começou, com a maior audiência no horário desde 2012
“Pega Pega” começou meio desconjuntada, com bom argumento, boas tramas paralelas, bom elenco e coisa e tal, mas como se sobrassem algumas pontas soltas, mal alinhavadas. Como eu disse no início, uma colcha de retalhos.
A trama foi se ajustando ao longo do caminho, descobrindo os pontos de fôlego e explorando com êxito o que funcionava.
Paralelo a isso, encontrou também uma concorrência fraca. O esforço da Record com “Belaventura” não vingou e nada justificava o zapping para outros canais abertos no horário. Para quem aprecia um bom folhetim, não havia por que não se permitir acompanhar a trama do roubo a um hotel de luxo em Copacabana e torcer pela recuperação financeira do bon vivant vivido por Marcos Caruso, sempre uma presença adorável em cena.
A química entre os protagonistas não veio de cara, mas se estabeleceu bem ao longo da história, e teve a boa trama protagonizada por David Júnior, o Don, personagem negro criado com bom ensino pelas mãos da mãe adotiva vivida por Irene Ravache. Ele logo se encontra com a família biológica e traça daí um contraste importante na discussão sobre o atraso de que os negros são vítimas até hoje em relação aos brancos, social e financeiramente.
Primeira novela assinada por Cláudia Souto como titular, “Pega Pega” cerrou cortinas com excelente audiência: foram 36 pontos no último capítulo na Grande São Paulo, onde mais da metade (52%) dos televisores ligados estavam sintonizados na Globo.Desde 2011, apenas “Totalmente Demais” teve mais no último capítulo. Além de bater seu recorde em São Paulo, a novela repetiu a façanha no Rio, onde chegou a 37 de média e 58% de participação no universo de aparelhos ligados.
Nas redes sociais, #PegaPega esteve 57vezes nos TTs Mundo e 102 vezes nos TTs Brasil. Outros termos como #CamilaObrigadaPelaLuiza (ode à bonitinha da Camilla Queiroz) também foram destaque no twitter (23 vezes nos TTs Brasil).
Na soma total de capítulos, “Pega Pega” se despede com saldo de 29 pontos de média e 45% de participação (share) entre o total de TVs ligadas no horário, na Grande São Paulo, a maior média de uma novela das sete desde “Cheias de Charme”, em 2012. No Rio, fechou também com 29 de saldo, sendo superada, naquela região, por “Totalmente Demais”, exibida entre 2015 e 2016.
O desfecho teve uma boa coincidência com o final da novela anterior, “Rocky Story”, quando Milton Nascimento consagrou o happy end, cantando em um belo dueto com Vladimir Brichta, o herói da história. Aqui, o Skank deu o ar da graça na cena final, cantando Beatles, em edição que deu a Marcelo Serrado, João Baldasserini, Tiago Martins e Nanda Costa um breve flash com eles em cena, no palco musical. Bacana foi também a tela dividida em imagens com a equipe que rala nos bastidores, dos diretores aos maquiadores, figurinistas, cenógrafos e toda a turma que carrega o piano.