Falta Roberto Carlos no acervo disponível na nova plataforma da Record
Do acervo que a Record acaba de disponibilizar em sua nova plataforma de Video On Demand (VOD), a Play Plus, há um bom material sobre os festivais de música que fizeram história, incluindo relevantes entrevistas ao final de cada edição, por Reali Júnior e Cidinha Campos.
Ali, ouvimos, por exemplo, Gilberto Gil contar como nasceu “Domingo no Parque”, canção que ele diz ter levado duas horas, se tanto, para compor. Caetano fala sobre “Alegria Alegria”. E Paulo Machado de Carvalho Filho, proprietário da emissora, comenta sobre o histórico violão que Sérgio Ricardo acabara de atirar na plateia. Há programas de Flávio Cavalcante, shows especiais com Elis Regina e Elizeth Cardoso.
São cenas de grande valor para a memória da música brasileira.
Mas, entre as ausências notáveis, bingo, está Roberto Carlos, que protagonizava, ao lado de Erasmo Carlos e Wanderléia, o programa semanal “Jovem Guarda”, entre 1965 e 67. Como contratado da casa, Roberto também participou de outros programas da época, inclusive de uma das edições do programa de Flávio Cavalcante, disponível na Play Plus, de onde sua apresentação foi cortada.
É de se concluir que RC não autorizou a Record a incluir imagens suas no menu do acervo disponível na Play Plus, mas a assessoria do cantor nega. Segundo Maurício Aires, indicado pelo empresário de Roberto, Dodi Sirena, para falar sobre o assunto ao TelePadi, ele sequer foi procurado. “Ele até desconhece que tenha sobrado alguma coisa daquele tempo”, completou Aires, em referência aos quatro incêndios que vitimaram 90% do acervo da época.
Que há imagens de Roberto na Record dos Machado de Carvalho, sim, isto há, e Roberto deveria saber disso. Algumas delas circulam livremente por canais de outras pessoas, fãs e estudiosos de TV e de música, no YouTube, como comprova um link abaixo copiado.
“Não é verdade que ele não tenha sido procurado. É que ele cobra uma fortuna tão grande para autorizar a imagem dele nesses programas, que não houve acordo”, diz uma fonte que não quer se identificar. Oficialmente, a assessoria da imprensa da Play Plus informa que a empresa não comenta negociações dessa ordem e não se manifestará sobre o assunto, seguindo orientações do departamento jurídico.
Durante o lançamento da Play Plus, há menos de um mês, diretores da emissora informaram que a liberação dos títulos até agora disponíveis no menu, do acervo antigo, mereceu longa negociação em razão de direitos conexos de imagem e música.
Enquanto isso, ficamos com imagens precárias de Roberto no YouTube, sem direito à remasterização e digitalização a que a Record submeteu o acervo antigo para disponibilizá-lo na Play Plus.