Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Quem vê tanto vídeo? Kantar Ibope passa a mostrar como se comporta cada região do país

Kantar Ibope anuncia novos filtros no consumo de telas / Foto: Divulgação

Campeão nacional no consumo de mídias, sejam de notícias ou entretenimento, o vídeo é o meio mais acessado no Brasil, e isso não é novidade. A TV sempre dominou o tempo do cidadão por aqui. Mas desde que novos aparelhos passaram a servir como vitrine desse conteúdo, anunciantes e marcas procuram entender quem vê o que e por qual tela.

Depois de iniciar a medição de audiência dos principais serviços de streaming no Brasil, a Kantar Ibope Media, instituto que mensura a audiência de TV e vídeos online no país, propõe distinguir com mais detalhes a fatia que cabe a cada região do país e os meios mais usados para o consumo de cenas.

Por exemplo: enquanto a média nacional impacta hoje mais de 99% dos 74 milhões de lares brasileiros com TV ou outros aparelhos, segundo dados apurados no primeiro semestre deste ano, as regiões de Curitiba e Rio de Janeiro superam esse patamar ao alcançar 99,6% dos lares.

Os números endossam que nenhuma outra mídia tem tanto poder de abrangência e penetração quanto o vídeo no país. Os dados dizem respeito tanto a vídeos distribuídos por TV linear (TV aberta e por assinatura em tempo real) quanto online (via internet), que desembarcam nas telas por meio de smartphones, tablets, computadores e televisores conectados à web.

Pela primeira vez, é possível ver não apenas o consumo nacional, como também a realidade local de seis regiões metropolitanas do país, por meio de um estudo batizado como Cross-Platform View. Os relatórios trazem dados  específicos de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.

O levantamento mostra que no âmbito nacional, a TV linear ainda lidera a distribuição de conteúdo em vídeo no Brasil, com 77% de participação, frente a 23% de vídeos online.

Em Belo Horizonte, a TV linear vai além, ocupando 85% do share, enquanto no Distrito Federal a participação dos vídeos online foi bem maior que a média brasileira no mês de junho, atingindo 27% do consumo de todo conteúdo em vídeo.

A pesquisa também reforça que os vídeos online são consumidos não só via smartphones, tablets e computadores, mas também, e cada vez mais, por televisores conectados ou Smart TV, modelo cujas vendas cresceu exponencialmente nos últimos cinco anos.

Em Curitiba, 41% dos vídeos online são assistidos por smartphones, um dos maiores índices do país.

Entre as seis regiões metropolitanas atualmente disponíveis no estudo, Belo Horizonte é a cidade com o maior share de consumo de video online via desktop: 12%.

Se a chegada dos vídeos curtos a celulares trouxe novos hábitos para se ver cenas em pequenas telas, o televisor, por outro lado, hoje domina o consumo de vídeos online. Isso se dá especialmente em função da indústria de streaming, que brinda o público com produções de longa duração e atraentes aos olhos de salas coletivas.

No primeiro semestre deste ano, os brasileiros gastaram em média 3,3 horas todos os dias consumindo vídeos online pelos aparelhos de TV, enquanto a média total dos demais devices chegou a 2,18 horas.

Em Belo Horizonte, a diferença é ainda maior: 58 minutos a mais vendo vídeo online por TV do que por outros aparelhos. Terceira região mais populosa do Brasil, BH é um local especialmente obcecado por telas em domicílio.

A sobreposição de alcance dos conteúdos mostra a diversidade dos meios utilizados pelos brasileiros para consumir vídeo, aquilo a que um dia já chamamos de “segunda tela”, termo hoje mais próximo de um comportamento multitelas.

Em um dia normal, os brasileiros consomem 49% dos vídeos pela TV, somando transmissões via antenas, cabo ou online. O restante, 15%, é exclusivamente online. Em Curitiba, o conteúdo exclusivamente online chega a 20%, recorde no país.

A nova plataforma com cruzamento de dados de visualização da Kantar Ibope filtra assim mais informações sobre os serviços de streaming mais vistos e quais os horários de maior consumo, mensurando também quais os aparelhos mais usados para vídeos online e como se dá a sobreposição entre as plataformas.

Levantamentos feitos pela Kantar Ibope desde o início do ano sobre streaming apontam o YouTube como plataforma mais vista em casa, com quase 15% do consumo de vídeos na média nacional, segundo dados de junho, seguida pela Netflix, que abocanha pouco mais de 4%, TikTok (3,3%) e GloboPlay, serviço com menos 1% de participação entre o bolo total de cenas assistidas do sofá.

 

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Cristina Padiglione

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