Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Ratinho completa 20 anos de SBT e admite que ‘sensacionalismo’ não atrai anunciantes

O apresentador no programa 'Poder em Foco' / Gabriel Cardoso/Divulgação

Vice-líder em audiência pelo SBT, Ratinho já bateu com cassetete na bancada onde apresentava noticiário policial, já distribuiu muito pito em assistente de palco e perdeu a conta de quantas vezes esculachou gente acusada de bandidagem na TV. Hoje, passados 20 anos de SBT e outros tantos daqueles tempos mais inflamados na CNT, reconhece que fazia, sim, sensacionalismo e que aquele é um menu pouco atraente para os anunciantes.

Em nome de duas décadas a serviço de Silvio Santos, de quem ele diz fugir para não ter de ser confrontado com uma demissão, Carlos Massa é o entrevistado do programa “Poder em Foco” que o SBT exibe neste domingo, após o programa do patrão. Faço parte do time de entrevistadores, ao lado de Maurício Stycer, colunista do UOL e da Folha, e Leão Lobo, funcionário do próprio SBT.

Gravado há duas semanas, sob mediação de Débora Bergamasco, a edição apresenta um sujeito que mal se dá ao trabalho de parecer artista ou de criar um personagem para sustentar sua fama. Admite que se policia bastante para ser politicamente correto, mas não gosta, e cita um grande arrependimento de tudo o que foi e fez num passado mais exaltado como apresentador: “Eu me arrependo de ter me metido no sequestro do irmão do Zezé”, afirmou, em relação ao caso Wellington Camargo, em 1998/99 – a vítima teve um pedaço de uma das orelhas cortado.

No programa, Ratinho confirma que seu patrimônio já supera 125 milhões de reais, mas não precisa o valor de se patrimônio. Dono de uma emissora de TV no Paraná, sua terra, diz que quer ampliar seus horizontes como produtor de audiovisual e não descarta nem a realização de novelas, um produto sempre rentável na TV brasileira.

Em razão da legislação eleitoral, que engessa comentários sobre candidatos durante esse período nas emissoras de radiodifusão, não falamos de Ratinho Filho, filho do apresentador, que é candidato ao governo do Paraná pelo PSD e está bem cotado política.

Ex-deputado, Ratinho pai disse que adora política, item que está em tudo o que a gente faz. Mas quer distância de cargos públicos, lembrando que sua passagem pelo Congresso foi uma frustração. Isso porque as decisões estão nas mãos de meia-dúzia e todo o resto é o chamado “Baixo Clero”, sem voz própria frente às definições dos líderes de cada partido.

Ratinho não faz questão de ser amigo das celebridades da TV. Diz que foi uma vez à tradicional pizza na casa de Faustão, mas faz tempo. Não é, porém de convidar ou ser convidado para festas promovidas por outros apresentadores.

Transparente, conta que nesses 20 anos, nunca recebeu proposta para trocar de canal. Com contrato já vencido e talvez renovado automaticamente – do que ele não tem certeza – Ratinho não tem vontade de sair de onde está, agora mais empenhado pelo entretenimento do que pelo noticiário da vida real.

 

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