Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Remake de ‘Raízes’ estreia no History, sem concessões

Programa necessário, embora nada fácil de digerir.

Não espere de “Raízes”, série que estreia nesta segunda-feira, 17, no canal History, concessões a cenas de violência explícita, sangue e súplicas à sobrevivência. A história da escravidão de Kunta Kinte, ancestral de Alex Haley, o autor que fez o livro que gerou a série, será agora recontada em um remake – “Raízes” já foi vista nos anos 70. A promessa da produção é apresentar o enredo com correções a algumas distorções da produção original.

Para as novas gerações, a agressividade explícita em cena remete ao premiado “12 Anos de Escravidão”. Triste, muito triste, árido, o programa é um soco no estômago de todos, necessário para que se compreenda injustiças que não podem ser toleradas nunca mais.

O History exibe os quatro episódios em sequência, desta segunda a quinta, 20 de outubro, sempre às 22h40.

Reproduzo aqui as informações de ficha técnica, referências e resumo dos capítulos, enviados pelo canal:

A nova versão de “Raízes” tem produção executiva de Will Packer (Policial em Apuros), Mark Wolper (filho do produtor da série original) e o ganhador de diversos prêmios Emmy LeVar Burton, que além de ser coprodutor, fez parte do elenco original, no núcleo de Kunta Kinte.

No elenco, Laurence Fishburne (ganhador de um Emmy por Tribeca) no papel de Alex Haley; Forrest Whitaker (Oscar de Melhor Ator por O Último Reino da Escócia) como Fiddler, um escravo que tenta guiar Kunta Kinte e arrisca sua vida para ajudá-lo a escapar; Anna Paquin (Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por O Piano e Globo de Ouro de Melhor Atriz por True Blood) no papel de Nancy Holt, a esposa de um oficial com um jeito peculiar em relação ao tratamento dos escravos; e o ator Jonathan Rhys Meyers (Ponto Final: Match Point, The Tudors e Globo de Ouro de Melhor Ator por Elvis) no papel de Tom Lea, um senhor de escravos rude.

Destaque também para Anika Noni Rose (premio Tony por DreamGirls, e reconhecida por seu protagonismo em The Good Wife e A Princesa e o Sapo) como Kizzy, a inteligente filha de Kunta Kinte e que mantém o orgulho da família e o espírito guerreiro; Chad L. Coleman (The Walking Dead, The Wire) interpreta Mingo, uma escrava que trabalha na plantação de Lea; e Erica Tazel (Justified) como Matilda, filha de um pregador religioso e objeto do amor de Chicken George.

A minissérie é um retrato histórico da escravidão nos Estados Unidos e tem como pano de fundo a saga de uma família para sobreviver, resistir e finalmente continuar seu legado, enfrentando dificuldades abissais e muita crueldade.

Segunda-feira, 17 de outubro, 22h40 – Em 1750, na cidade portuária de Juffure, na região fluvial da Gâmbia, África Ocidental, Omoro Kinte e sua esposa Binta têm seu primeiro filho, um menino a quem chamam de Kunta. Como membro da admirada família Kinte, Kunta é educado de acordo com os costumes e tradições do Mandingo. É um estudante dedicado, que sonha em frequentar a universidade em TImbuktu e seguir carreira acadêmica. Kunta completa seu treinamento como guerreiro – um importante rito de iniciação mandingo – mas é traído por Koro, de uma família rival. Os Koro o sequestram para vendê-lo a comerciantes de escravos britânicos, no século 18.

O jovem guerreiro é enviado aos Estados Unidos, depois de atravessar brutalmente o Atlântico a bordo do barco Lord Ligonier, junto com outros 140 escravos. As condições no navio são sub-humanas, e Kunta teme nunca mais voltar a ver sua família. Em alto mar, ele tenta unir-se a outros escravos e liderar uma revolta que termina em fracasso. Já em Annapolis, Virginia, é vendido ao fazendeiro John Waller e, como escravo, recebe o nome de Toby. Kunta resiste com todas suas forças ao novo nome e à escravidão. Se apoia nos sábios conselhos de Fiddler, um escravo e músico talentoso designado para treiná-lo. Com a ajuda do amigo, Kunta Kinte luta para sobreviver e manter sua dignidade, apesar da implacável violência sofrida.

Terça-feira, 18 de outubro, 22h40 – Em 1775, enquanto está trabalhando na fazenda de Waller, Kunta encontra com um grupo de soldados ingleses que estão tentando convencer os escravos a fugirem e se unirem ao Regimento Etíope do governador inglês. Aos escravos eles prometem a liberdade caso lutem ao lado do rei George. No entanto, durante a batalha, Kunta se dá conta de que os ingleses são apenas um pouco melhores do que os americanos e tenta fugir. É capturado por caçadores de escravos e tem metade de um dos pés amputado, para que nunca mais tente escapar. O irmão mais novo de Waller, o médico William, fica indignado com a mutilação e decide comprar Kunta, que recebe a ajuda de Belle, a cozinheira e escrava de William, e pouco a pouco se recupera.

Após uma recuperação longa e complicada, Kunta se casa com Belle e pouco depois o casal tem uma filha. Kunta lhe dá o nome mandingo Kizzy, que signfica “fique onde está”. Ela é uma menina muito inteligente, mas fica deslumbrada com a filha de Wiliam, Missy, e confunde as atenções dela com amizade verdadeira. Missy secretamente lhe ensina a ler e escrever. Suas habilidades secretas a levam a se sentir livre e a resistir às ordens ativamente. Já como adolescente, Kizzy falsifica documentos que ajudam o jovem escravo Noah a escapar durante a passagem de um terrível furacão. Sua conspiração é descoberta e ela é vendida ao agricultor branco e pobre Tom Lea. Ele a estupra repetidamente e ela dá à luz um menino, a quem chama George. Kizzy jura instilar em seu filho o orgulho de sua herança africana e o sonho de liberdade de Kunta Kinte.

Quarta-feira, 19 de outubro, 22h40 – Conforme George vai se tornando adulto, começa a mostrar traços herdados de seus pais. Assim como Tom Lea, gosta das brigas de galos e ir a festas. O escravo velho e especialista em aves Mingo se ressente de que George finalmente tome seu posto como preparador de rinhas. Assim, o elegante George se torna um consumado treinador de galos de briga e ganha o apelido de Chicken George. Ele se casa com Matilda, a filha de um pregador religioso, e tem vários filhos, e se esforça para lidar com as inclinações autodestrutivas de seu pai, Tom Lea.

De Kizzy, George herdou as fortes tradições familiares e o desejo de ser livre. Consegue normalizar sua relação com Tom Lea ao convencê-lo de que um dia reunirá – graças às rinhas – o dinheiro suficiente para comprar sua liberdade e de sua família. Quando Tom Lea perde uma aposta imprudente com um inglês, oferece enviar seu filho para trabalhar e pagar sua dívida. Chicken George termina arrastado, contra sua vontade, à Inglaterra.

Quinta-feira, 20 de outubro, 22h40 – Depois de passar mais de 20 anos na Inglaterra, Chicken George consegue sua liberdade. Ele regressa à fazenda de Lea somente para descobrir que, durante sua ausência, sua família foi vendida a outra família na Carolina do Norte. Ele segue seu rastro e os encontra trabalhando para Benjamin Murray, um respeitado engenheiro do arsenal federal da Carolina do Norte. George consegue se reencontrar com Matilda e descobre que Tom, seu filho caçula, um experiente guerreiro, agora é o líder da família. Tom é um jovem calado e trabalhador, que guarda rancor contra seu pai, pois o culpa por ter abandonado a família.

George se vê obrigado a partir da fazenda Murray e em seu caminho conhece o jovem escravo impetuoso Cyrus. Juntos, se unem às Tropas de Memphis. A Guerra Civil está chegando ao fim e, a duras penas, Chicken George e Cyrus conseguem salvar suas vidas. Uma vez terminada a guerra, os soldados do Sul lançam uma campanha de terror contra os escravos libertos. Tom faz uma viagem para buscar George, seu pai, e, inspirado por uma visão de Kunta Kinte, consegue resgatá-lo. De volta a sua casa, Tom consegue tirar sua família da fazenda Murray, para começar uma nova vida. Fiel aos desejos e expectativas de Kunta, a família finalmente alcança sua liberdade enquanto mantém intactas suas tradições ancestrais.

Em 1976, Alex Haley, um descendente da sétima geração de Kunta Kinte, escreve e publica o livro vencedor do premio Pulitzer: Roots: The Saga of an American Family.

 

 

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