Reprise de ‘Grande Sertão: Veredas’ estreia em 18 de dezembro, no Viva, junto com ‘O fim do Mundo’
Uma das duas grandes adaptações (*) que a dupla Walter George Durst e Walter Avancini fez para a TV, diretamente da literatura brasileira, terá direito a uma raríssima reprise no Canal Viva, a partir de 18 de dezembro. Consta que será sua primeira exibição em 32 anos, desde 1985, quando foi produzida.
Com Tony Ramos no papel do jagunço Riobaldo e Bruna Lombardi na voz de Diadorim (o maior spoiler da história da TV, para quem viu a série antes de ler o livro de João Guimarães Rosa), “Grande Sertão: Veredas” entra na vaga hoje ocupada por “Tieta”, a maior audiência na história da faixa no canal, às 15h30, com reprise á 0h30.
A ação do Viva é uma oportunidade rara e convém aproveitar, mas está longe de ser um sinal de valorização da obra, ao contrário.
“Grande Sertão” será uma espécie de tapa-buraco de fim de ano. Como a audiência normalmente despenca nessa época, pelo atípico comportamento de férias, o Viva usará a série, de 25 capítulos, para ocupar espaço até a estreia da novela seguinte, “Bebê a Bordo” (1988/89), de Carlos Lombardi, que teve uma única reprise, em 92, pela Globo. O título é encabeçado por Isabella Garcia, Guilherme Fontes e Tony Ramos (de novo ele, que só trocará de papel, continuando no ar) e estreia dia 15 de janeiro.
A função de tapa-buraco também contemplará a mininovela “O Fim do Mundo” (1996), último trabalho de Dias Gomes na TV, que contou com colaboração de Ferreira Gullar. O título está escalado para substituir “Por Amor”, de Manoel Carlos(13h30 e 23h30). Em 35 capítulos, a história se passa na fictícia Tabacópolis, onde o vidente Joãozinho de Dagmar (Paulo Betti) prevê o fim do mundo para dali a três meses. No elenco, Bruna Lombardi de novo.
Passados os 35 capítulos de “O Fim do Mundo”, o Viva então colocará no ar, ali pelo dia 5 de fevereiro, a história da cigana Dara (Tereza Seiblitz), “Explode Coração” (1996), de Glória Perez, também muito lembrada como a novela que lançou o cigano Igor (Ricardo Macchi), até hoje tratado como ícone da inexpressividade na forma de atuar.
A outra faixa de novelas do canal (14h30 e 01h15), hoje ocupada por “Fera Radical”, terá “Sinhá Moça” (1986), de Benedito Ruy Barbosa, a partir de janeiro.
(*) Cito duas grandes adaptações dos Walters Durst e Avancini da nossa literatura. Uma é “Grande Sertão: Veredas”, aqui mencionada, e a outra, “Gabriela”, de Jorge Amado, em sua primeira versão, de 1975, magistral produção com Sônia Braga, Armando Bogus, José Wilker, Paulo Gracindo, Heloísa Mafalda, Elizabeth Savalla, Fúlvio Stefanini e Dina Sfat, entre outras grandes estrelas.