Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Roberto Irineu rebate ‘mar de mentiras’ que ‘assola’ Globo, via ‘internet e redes sociais’

Roberto Irineu Marinho discursa na inauguração dos novos estúdios do Jornalismo da Globo, enquanto os dois irmãos, João e José Roberto Marinho, passam ao fundo. (Reprodução de tela do 'JN')

Ao discursar durante a inauguração dos novos estúdios do Jornalismo da Globo, no Jardim Botânico, na tarde desta segunda-feira, o presidente do Grupo Globo se referiu a campanhas contrárias à Globo, acusada de tomar partido de A ou B nas coberturas do noticiário político, em geral por meio da web, de “mar de mentiras”.

“A principal característica desta crise política não é apenas a imprevisibilidade e o alto grau de incerteza, pois isso já aconteceu antes”, disse Roberto Irineu, que continua: “É a guerra da contra informação, dos fatos alternativos, das teorias da conspiração e, por que não dizer, do mar de mentiras que nos assola, principalmente através da internet e das redes sociais.”

Mais adiante, após enumerar as várias realizações do grupo nos últimos três anos, Irineu volta a reagir a vozes das redes sociais.

“Nós não temos tempo para o pessimismo, nem para prestar atenção aos boatos sem fundamento que com frequência lançam contra nós nas redes sociais.”

Confira aqui mais informações sobre os novos estúdios e aqui, as primeiras impressões pós-estreia.

Durante a exibição do “JN” desta segunda, a hashtag #JNdeCasaNova ficou entre os dez assuntos mais comentados do Twitter no mundo.

 

Eis a íntegra do discurso de Roberto Irineu. Parte dele foi ao ar na edição do “Jornal Nacional” que promoveu a estreia no ar dos novos estúdios, exibida na noite desta segunda-feira, 19.

 

“Bom dia, ​

 

Hoje é um dia para comemorar. Afinal, mais uma vez colocamos de pé um sonho, representado por essas fantásticas instalações, que são fruto do esforço e da criatividade de tantas pessoas. Este é um momento adequado para refletir com vocês sobre o que isso representa para todos nós e reafirmar nossos compromissos com o jornalismo, com a continuidade dos nossos negócios e com o Brasil.

 

Nosso primeiro compromisso é com o jornalismo e é significativo que, no auge de um período crítico da vida nacional, estejamos inaugurando um moderno estúdio de jornalismo na Globo.

 

Somos um grupo de mídia que emprega 5.800 jornalistas em todas as plataformas – considerados os nossos afiliados -, produzindo em tempo integral notícias, análises e informação para diversos meios.

 

Na TV Globo, levamos ao ar mais de sete horas de jornalismo por dia, produzimos a Globonews, nosso canal 24 horas, e o G1, nosso portal de informação. 

 

Este investimento feito na quadra pela qual estamos passando significa reafirmar nossa paixão pelo jornalismo e o compromisso com nossos princípios editoriais. 

 

A principal característica desta crise política não é apenas a imprevisibilidade e o alto grau de incerteza, pois isso já aconteceu antes. É a guerra da contra informação, dos fatos alternativos, das teorias da conspiração e, por que não dizer, do mar de mentiras que nos assola, principalmente através da internet e das redes sociais. 

 

O nosso compromisso com a verdade, com a “sua excelência o fato”, como diria Ulisses Guimarães, nos torna um porto seguro da informação e um dos alicerces da vida democrática. Dá para imaginar o que seria se não existíssemos junto com outros respeitados baluartes do bom jornalismo no Brasil?

 

O Grupo Globo faz 92 anos esse ano. A partir do meu avô, Irineu Marinho, fundador do jornal O Globo em 1925, estamos na terceira geração a conduzir as nossas empresas.

 

Nosso trabalho principal é cuidar da saúde do grupo de empresas e do exercício de sua missão e princípios, para entregá-lo saudável à próxima geração que continuará a mesma tarefa. 

 

Começamos com um jornal local, entre tantos outros que eram publicados no Rio de Janeiro daquela época, crescemos para um conjunto de empresas de rádio, revistas, jornais e televisão, e agora, no século 21, tornamo-nos um grupo de mídia integrado e tão sofisticado quanto os grupos mais importantes do mundo. 

 

Nós da terceira geração, já incorporamos a quarta, representada por meu sobrinho Paulo e por meu filho Roberto, que seguiram um duro programa de preparação para ocupar de forma planejada posições executivas nas empresas. Além disso, meu neto mais velho, Rodrigo, membro da quinta geração, acaba de fazer seu primeiro estágio aqui. 

 

Somos e queremos continuar sendo uma empresa familiar, que olha para o longo prazo e – como diz um dos nossos valores – investe hoje para construir o futuro onde queremos viver. 

 

Mesmo nos momentos de crise, nunca paramos de investir.

 

Apenas nos últimos doze meses, começamos a construção de um novo estúdio de produção de novelas de concepção totalmente inovadora e que deve dobrar nossa capacidade de produção, inauguramos as novas instalações do jornal O Globo, adquirimos o controle do jornal Valor, investimos em serviços e plataformas digitais no Zap e na Órama, ampliamos o alcance do GloboPlay, nos associamos à Vice no Brasil e lançamos a Nova Rádio Globo, entre diversas outras iniciativas. 

 

Estamos com resultados pujantes de audiência na TV Globo, com produtos excelentes e inovadores, sendo vistos por mais de100 milhões de brasileiros a cada dia. 

 

Nós não temos tempo para o pessimismo, nem para prestar atenção aos boatos sem fundamento que com frequência lançam contra nós nas redes sociais. 

 

A preservação e a continuidade de nosso grupo de empresas são, portanto, o nosso segundo compromisso.

 

Não existe em nenhum outro lugar um grupo de mídia que produza tal quantidade de conteúdo de qualidade para sua população. Somos o espelho do Brasil, refletindo seus anseios, seus problemas, seus sonhos e sua realidade. Ouvimos os brasileiros e tocamos cada um na sua razão e emoção. 

 

Ninguém é indiferente ao que a Globo faz: somos criticados e elogiados, muitas vezes cobrados por ações que não estão no nosso escopo de atuação como grupo de mídia, o que ressalta a percepção da nossa relevância. 

 

Trazemos para o centro de discussões causas que mobilizam e ajudam a transformar a sociedade, estimulando o debate, a diversidade e a busca de saídas para as grandes questões nacionais. 

 

Além disso, geramos 19 mil empregos diretos e 15.800 indiretos em prestadoras de serviços e pagamos 14 bilhões e meio de reais em impostos nos últimos cinco anos. 

 

Fazemos tudo isso com muito orgulho, pois assim fomos construídos pelos que nos antecederam. E nem saberíamos ser diferentes.

 

Estamos totalmente comprometidos com a sociedade brasileira. 

 

Estes três compromissos – com o jornalismo, com a continuidade de nossas empresas e com o Brasil – são, para nós, indissociáveis. Só com uma empresa que permanece e se sustenta conseguimos produzir jornalismo independente. Só com a busca incessante da verdade – essência do jornalismo – se pode compreender nossas mazelas e identificar caminhos. E só uma sociedade que se reconhece e se valoriza constrói um caminho sólido para um futuro melhor. 

 

Parabéns a todos.”

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Cristina Padiglione

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