Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Série premiada no Emmy e Globo de Ouro enfim tem estreia definida no Brasil

Elizabeth Moss, premiada como atriz pela série, é uma serva do regime totalitário descrito no enredo

Melhor série dramática de 2017  segundo os júris dos principais prêmios destinados à televisão americana – Emmy, Globo e Ouro e Critics’Choice Television, “The Handmaid’s Tale” finalmente desembarca no Brasil em versão oficial, no dia 11 de março, pelo canal Paramount.

Digo “oficialmente” porque conheço um monte de gente que já assistiu à série por métodos extra-oficiais, vulgo piratas, como entendemos melhor. De downloads irregulares a DVDs em camelôs de rua, a produção já rodou por muitos olhos no Brasil desde que recebeu uma avalanche de prêmios e indicações.

Elizabeth Moss também faturou Globo de Ouro, Emmy e Critic’s como melhor atriz dramática, fora os prêmios de Roteiro, direção, fotografia e indicação de atriz coadjuvante.

Alvo de boas reflexões sobre o papel da mulher na sociedade, “The Handmaid’s” está estreando agora em março porque houve todo um esforço da Paramount para trazê-la ao Brasil após os primeiros troféus, em setembro do ano passado, ainda no Emmy. Não fosse por isso, poderia demorar muito mais a chegar aqui.

Já houve um tempo em que as séries demoravam meses para chegar ao Brasil, mas a boa distribuição de plataformas e canais tem reduzido esses prazos a níveis mínimos, inclusive com estreias simultâneas em vários títulos muito cotados – caso de “Game of Thrones” e “The Walking Dead”. Mas “Hadmaid” pegou o mercado local de surpresa, já que a produção é da Hulu, plataforma Over The Top (OTT), como a Netflix, ainda inexistente por aqui, e ninguém previu que levaria tantos troféus para casa.

No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher (mais emblemático para o enredo impossível), o canal promove uma pré-estreia do título para convidados, com debate mediado pela jornalista Milly Lacombe em São Paulo.

O enredo parte da hipotética situação que mira um futuro próximo, em um mundo onde as taxas de fertilidade despencam por conta da poluição e de doenças sexualmente transmissíveis. É nesse caos que o governo totalitário da República de Gileade, uma teonomia cristã, domina o território que já abrigou os Estados Unidos em meio a uma guerra civil ainda em curso.

A sociedade é então organizada por castas, nas quais as mulheres são subjugadas, perdendo o direito ao trabalho, à posse de propriedades, ao controle financeiro e até a ler. Um regime militarizado fanático passa a recrutar as poucas mulheres fecundas que restaram, chamadas de “servas” (Handmaid), de acordo com uma interpretação extremista dos contos bíblicos. Elas são designadas para as casas da elite governante, onde devem se submeter a estupros ritualizados com seus mestres masculinos para engravidar e ter filhos para aqueles homens e suas respectivas esposas.

Essa é a função de June Osborne, personagem que deu todos os prêmios a Moss, uma serva atribuída à casa do Comandante Fred Waterford (Joseph Fiennes) e sua esposa, Serena Joy Waterford (Yvonne Strahovski). Ela está sujeita às regras mais rigorosas e a uma vigilância constante, podendo ser executada ao mínimo sinal de insubordinação.

Offred, que tem o nome de seu mestre masculino, assim como todas as Handmaids, pode se lembrar do “tempo de antes”, quando era casada, tinha uma filha, nome e identidade próprios, mas tudo o que ela pode fazer com segurança agora é seguir as regras de Gileade na esperança de que algum dia possa viver livre e se reunir com sua herdeira. 

A série estreia no Paramount em 11 de março, às 21h.

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Cristina Padiglione

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