Tem gente sobrando na nova dança das cadeiras da Globo
Toda a dança de cadeiras anunciada nesta quarta-feira (12) pela Globo foi motivada por Fátima Bernardes, a quem não interessa mais ficar presa a um programa diário de janeiro a dezembro. Uma opção para manter a apresentadora sob o guarda-chuva da família Marinho poderia ser um programa de temporadas no canal GNT, mas arranjou-se uma solução bem melhor: o comando do The Voice Brasil, programa que cabia a Tiago Leifert até o ano passado.
Mas melhor para quem? Para a própria Fátima, que ganha mais flexibilidade de agenda para ir até o Recife ou a Paris, a fim de encontrar namorado e filho, respectivamente, e mesmo para a própria Globo, que mantém no canal aberto o potencial publicitário representado pela ex-apresentadora do Jornal Nacional.
Alvo de grande interesse por parte dos anunciantes, Fátima representa dinheiro em caixa. Daí a Globo não pensar em abrir mão dela –fora o fato de essa escalação resultar em uma melhor distribuição de gêneros no comando dos talent shows da casa.
Patrícia Poeta, que desde a saída do Jornal Nacional ficou sem um projeto para chamar de seu, oscilando entre o É de Casa, aos sábados, e o banco de reserva do Encontro, ganha enfim um lugar próprio de segunda a sexta, assim como Manoel Soares, que já a acompanhava no comando do matinal durante as ausências de Fátima, e se revezava com outros nomes nas manhãs de sábado.
Mas nesse vaivém, a Globo aproveitou para mexer em cadeiras que já estavam ocupadas. É o caso de Ana Furtado, que ficou sem destino certo, por enquanto, deixando o É de Casa, assim como André Marques, até aqui envolvido apenas com o The Voice +.
Maria Beltrão, que há anos comandava o Estúdio i, um hit na grade vespertina da Globonews, migra para a TV aberta e ocupa espaço no É de Casa, deixando sua vaga para a conectadíssima Andréia Sadi, nome que merecia uma faixa só sua, ainda mais em ano eleitoral.
É preciso lembrar que o The Voice Kids esteve nas mãos de Márcio Garcia em sua edição de 2021, enquanto André Marques perdeu o No Limite para o ex-BBB Fernando Fernandes. E olhe que a gente nem falou em Sandra Annenberg, que segue mal aproveitada fazendo cabeças sorridentes no Globo Repórter.
Dessa forma, temos apresentadores de mais para cadeiras de menos, ao contrário do que acontece hoje na Record, emissora que perdeu Brito Júnior, Roberto Justus, Gugu Liberato, Marcos Mion e Sabrina Sato, tendo contratado, nesse período, apenas Adriane Galisteu.
A Globo perdeu Faustão e Leifert, mas trouxe Mion e Beltrão, sem abrir mão de Fátima.
Na troca de comandos, só não ficou muito clara a justificativa para mudar a sede do Encontro do Rio para São Paulo, a partir de julho. O pretexto é que o programa ficará mais integrado ao Mais Você, de Ana Maria Braga, mas o Encontro, ainda no Rio até junho, pode abraçar muito mais atores que circulam pelo próprio local para a gravação de novelas e séries, contingente sempre mais reduzido em São Paulo.
Poeta estará no Encontro ao lado de Manoel Soares, e embora estejam estendendo a vaga fixa das manhãs finalmente a um negro, o texto do comunicado da Globo atribui a sucessão de Fátima a Poeta, “na companhia” de Soares, dando-lhe uma condição de coadjuvante, ao menos na formulação da nota. Os dois hoje já são interinos de Fátima e a sucessão ocorre dentro do caminho mais natural possível.
Antes de deixar o posto, Fátima Bernardes vai comemorar os dez anos do programa, que representou sua passagem do jornalismo para o entretenimento em 2012.
O É de Casa incorpora ainda uma apresentadora da Bahia, Rita Batista, além do paulistano Thiago Oliveira e de Talitha Morete, todos já conhecidos de outras cenas no matinal.
Agora, resta aguardar pelos destinos de Ana Furtado, André Marques e Márcio Garcia, um trio ligeiramente ocioso na nova distribuição de tarefas da casa, além da própria Sandra Annenberg e de Fernanda Gentil, que segue sem novo projeto na casa.