Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Tema delicado e caro ao debate, suicídio infanto-juvenil ganha documentário na TV Cultura

A jornalista Maria Manso em cena no documentário sobre suicídio infanto-juvenil

Exibido pela TV Cultura nesta quinta-feira (5) e já disponível no YouTube, um bom documentário feito por Maria Manso trata do suicídio infanto-juvenil, tema árido, mas muito necessário à reflexão nossa de cada dia e ainda muito pouco debatido socialmente. Há, por mais que tenhamos avançado na conversa sobre o assunto, um receio secular de se falar em suicídio, sob a suspeita de estarmos “dando ideia” a pessoas propensas a tanto.

Engano. É preciso falar sobre o que tem motivado o crescimento de casos, especialmente entre menores e jovens, a fim de combatermos o que já é a segunda maior causa de morte nessa faixa etária. Durante muito tempo se falava em suicídio com mal de outros países, longe dos domínios do país tropical bonito por natureza. Nos últimos anos, os episódios se aproximaram muito de nós, e é bem possível que muitos casos no passado tenham sido amortecidos pelo silêncio culturalmente imposto a essa abordagem.

Já faz dois anos que nos espantamos com dois episódios ocorridos em uma das escolas mais renomadas de São Paulo em um prazo de apenas dez dias, como menciona a edição da TV Cultura. Acompanhei os casos de perto, na ocasião, com filha então matriculada naquele estabelecimento, e lembro de toda a movimentação rapidamente organizada pelo corpo de profissionais da escola, em conjunto com alunos e pais, a fim de falarmos sobre esta dor.

Não é fácil, mas é necessário. Maria conversa com psicólogos, professores, psiquiatras, menores que tentaram o suicídio e, o mais difícil, com mães que perderam seus filhos, todos em busca de respostas, diagnósticos e soluções para ajudar quem precisa de apoio, o que ganha proporções gigantescas nessa faixa etária de grandes transformações e angústias.

Vale a pena ser visto.

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Cristina Padiglione

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