Tony Ramos diz que gravaria novamente comercial para Friboi
Quase um mês após a deflagração da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que apontou irregularidades em grandes frigoríficos brasileiros, incluindo a Friboi, seu maior garoto propaganda, Tony Ramos, voltou a defender a empresa. Durante o lançamento da série “Vade Retro”, de Fernanda Young e Alexandre Machado, o ator contou que seu contrato com a marca prevê direitos de uso de imagem para fotos até “o meio do ano”, mas não teria qualquer problema em levar essa relação adiante.
“Eu tenho um contrato de direitos autorais de fotografias, que termina no meio do ano, não tenho nenhum filme novo, mas se em junho eles quiserem alguma coisa nova, inclusive para dizer que não foi nada disso (acusações de fraude feitas durante a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal), pra mim não tem nenhum problema. A Friboi vai para 150 países e todos hoje estão recebendo a carne dela, não houve em nenhum momento uma intervenção no frigorífico Friboi Carnes, ninguém fala isso”, enfatizou Tony. “Se eu acreditei quando eu fiz (o comercial), você acha que eu vou ser aquele que foge do incêndio e as pessoas que morram? Não, eu tenho na minha casa, eu sirvo para os meus netos, faço churrasco no sábado.”
Dono de uma imagem que é sinônimo de ética, Tony Ramos reconheceu que recusa muitas propostas para comerciais, “mas não vou te dizer de quem porque algumas delas foram aceitas por colegas”, falou. “Não é só uma questão de imagem, é… Como eu posso te dizer? Eu bebo meu vinho, de vez em quando, não gosto muito de cerveja, mas eu não anuncio álcool. Quem sou eu pra espiar a vida alheia, e tem outras coisas que eu não anuncio, mas não vou dizer porque já vão dizer que eu sou contra tudo. Mas carne eu como, eu anuncio, é proteína. Agora, não é porque eu faço propaganda de carne que eu tenho menos caráter que os veganos.”
Da mesma forma, o ator, que se declara sempre muito cioso da fé católica, encarna o próprio diabo na série que a Globo põe no ar nesta quinta, dia 20, logo após a novela “A Força do Querer”. Não passa nem perto, no entanto, de alguém disposto a catequizar sua crença. “O Sagrado Coração de Jesus está aqui comigo,mas não é por isso que eu vou sair por aí pregando”, reforça.
Pergunto-lhe se ele teve alguma crise de consciência por causa de Abel Zebu, o personagem que há de seduzir e fazer surtar a doce e ingênua Celeste, personagem de Mônica Iozzi?
“Você tá maluca?”, já vai me respondendo. “Imagina, o personagem fica lá, não levo personagem pra casa! Não há possibilidade, Padiglione, de eu dormir com o personagem, não há essa possibilidade”, repete.
Enquanto Tony volta a falar da carne e de sua indignação diante da cobrança que sofreu antes mesmo que as investigações caminhassem (“veja se alguém veio me pedir desculpas por ter duvidado da minha palavra?”), Fernanda Young, que assina a série ao lado do marido, Alexandre Machado, vem se despedir de seu vilao: “A sua gentileza é contagiante”, ela fala. “A gente melhora a seu lado”, completa.
Prestes a completar 69 anos, Tony Ramos nos conta que logo engata um próximo trabalho, como personagem real, digo, que de fato existiu, na próxima novela das seis. Trata-se de um texto de Alcides Nogueira, baseado em argumento de Rubem Fonseca, com coautoria da filha dele, Bia Corrêa do Lago. Faz suspense sobre o papel. “Não é fricote, é que há liberação de direitos de imagem envolvida nisso, ainda”, explica. A direção será de Jayme Monjardim e exigirá dele um mergulho nas pesquisas referentes ao fim da década de 20, perto do crash da Bolsa de Nova York.
“Minha vida é isso. É fundamental que eu participe de todo o processo de pesquisas e preparação”, fala.
Na sequência, uma segunda temporada de “Vade Retro” aguarda por ele.