TV paga perde 938,7 mil assinantes em 2017: é hora de repensar o negócio
Embora a audiência dos canais pagos tenha crescido, a TV por assinatura continua a perder clientes, numa queda iniciada após novembro de 2014, quando o setor teve seu auge e chegou a quase 20 milhões. Após longo inverno sem divulgar dados, a Anatel apresentou neste início de mês um balanço que aponta para uma queda de 5% na base de assinantes: o setor fechou 2017 com 17,856 milhões de assinantes, ou 938,7 mil a menos que os 18,795 milhões de dezembro de 2016.
Muita gente que passa a assinar TV paga ainda continua a zapear por canais abertos durante algum tempo, e demora a adquirir o hábito de encontrar conteúdo em canais por assinatura. Isso explica por que vivemos o paradoxo de uma audiência em ascensão na TV paga, enquanto seu número de pagantes cai.
O saldo de consumidores atual é o mais baixo desde outubro de 2013, totalizando uma queda de quase 2 milhões de clientes desde o apogeu do mercado, como informa Samuel Possebon no noticiário Tela Viva. Ainda em 2014, quando o setor chegou perto de 20 milhões de assinantes, os mais otimistas calculavam que o Brasil chegaria a 30 milhões em um prazo de cinco anos. Mas a curva ascendente não se confirmou e voltou a perder fôlego.
Apenas duas operadoras tiveram crescimento: a Sky (que somou 2% à sua base, ou 109 mil clientes, totalizando 5,358 milhões de assinantes) e a Oi TV (que cresceu 15,7%, ganhando 205 mil assinantes e agora tem 1,509 milhão de pagantes).
A crise e a pirataria são apontados como vilões do diagnóstico negativo.
Ainda é pequena, mas merece atenção, a parcela de brasileiros que vem trocando o serviço de TV paga por assinaturas de serviços de streaming. Essa gangorra só não é mais danosa porque canais especializados em Jornalismo e Esportes ainda não são recompensados por conteúdos de plataformas como Netflix.
De todo modo, o setor vem repensando seu modelo de negócio para estancar a sangria. Além de todas as vantagens oferecidas por plataformas de Video Sob demanda, combos e que tais, as operadoras podem vir a criar pacotes com alguma flexibilidade de opções e custos, uma antiga queixa do consumidor brasileiro.