Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Vazamento do 6º episódio de ‘GoT’ pela HBO denuncia falta de controle sobre conteúdo exclusivo

Imagem do 6º episódio da 7ª temporada de "GoT"

Não adianta a HBO tentar culpar serviços terceirizados pelo vazamento do 6º episódio de ‘Game of Thrones’. Serviços terceirizados são contratados pela empresa que tenta se esquivar dos erros dos terceiros, ora bolas.

Por mais de uma hora, o episódio “Death is The Enemy” (“A morte é o inimigo”) ficou disponível no aplicativo do canal para o Playstation 4 na Espanha e países nórdicos. E, uma vez publicado qualquer conteúdo de grande interesse, por segundos que sejam, não adianta apagar: sempre haverá meia dúzia de gaiatos dispostos a registrar o que foi visto e contar ao mundo a vantagem de ter acessado algo inédito antes de todo o planeta.

Há spoilers por toda parte e até registro de vídeos do episódio, com imagens domésticas gravadas diretamente da tela da TV.

“Nós soubemos que o próximo episódio de ‘Game of Thrones’ foi postado acidentalmente por um breve período de tempo na HBO Espanha e na HBO nórdica”, informou o grupo ao site “The Verge”. “O erro parece ter ocorrido em um fornecedor terceirizado e o episódio foi removido assim que reconhecido. Isso não está relacionado o recente incidente cibernético com a HBO nos Estados Unidos”.

Ainda na semana passada, quatro pessoas foram presas na Índia, acusadas de promover o vazamento do quarto episódio desta 7ª temporada.

O gigantismo que envolve uma produção como “Game of Thrones” e todas as falhas cometidas no que diz respeito ao vazamento de informações e à pirataria do produto mostram como estamos distantes de assegurar os devidos valores por direitos autorais e de imagem a quem põe a obra de pé.

No próprio Brasil, a HBO é um canal superpremium, presente nos pacotes mais caros da TV por assinatura, mas sua repercussão na internet, de sites especializados a portal de vídeos e redes sociais, vai muito além da percepção que se tem sobre o conteúdo de um canal premium. A pirataria salta aos olhos e a indústria até costuma mensurar seus números, mas mal consegue coibir a prática ilegal.

Não vamos aqui dar uma de chata. Não se trata de zelar pelos bilhões faturados pela indústria HBO, mas de compreender que a política antipirataria não pode se esmerar ao máximo, enquanto houver imprudência entre os próprios funcionários ou prestadores de serviço do grupo. Há algum tempo atrás, quando ainda se consumia DVD e CD com mais ênfase do que o incentivo hoje dado ao download, Marisa Monte disse que já havia ganhado muito dinheiro e até achava justo permitir que camelôs também ganhassem algum, por meio dos produtos piratas de sua obra. É muita generosidade, mas deve haver uma maneira mais democrática de distribuir bons conteúdos a quem não pode pagar por eles, sem lesar aqueles que pagam, com sacrifício, para respeitar e valorizar o talento dos grandes criadores no universo do entretenimento.

 

Abaixo, o trailer (oficial, tá, gente?) do episódio que vazou:

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Cristina Padiglione

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