Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Porchat estreia bom programa no GNT esbanjando entrevistados que nunca teve na Record

Cláudia Raia, Marcos Veras e Ney Latorraca com Fábio Porchat, na estreia de Que História É Essa, Porchat? / Reprodução

Para quem passou dois anos sofrendo para fazer um talk show diário sem poder entrevistar nenhuma figura que fosse vinculada à Globo, maior concentração de famosos do país, Fábio Porchat já se refestela logo na primeira edição de seu novo programa do GNT: Que História É Essa, Porchat, que estreia nesta terça, às 22h30, traz Cláudia Raia, Marcos Veras e Ney Latorraca, um trio de bons contadores de história com boas histórias a contar.

Pesa, evidentemente, na eficiência de seduzir a plateia, o talento do apresentador em fazer intervenções que tornem cada relato ainda mais divertido.

O formato, embora muito simples, pode ser tratado como algo que não existe hoje na TV: propõe apenas que se contem boas histórias. Jô Soares, por diversas vezes, promoveu isso em seu talk show, ao longo dos 28 anos de programa, entre SBT e Globo, mas o propósito inicial não era esse. Embora os relatos interessantes surgissem com frequência, até em função do ótimo elenco que sempre frequentou a poltrona do Jô, um talk show diário é basicamente movido ao dito “gancho”, algum fato novo que justifique a presença do convidado, prestes a lançar um disco, um filme, um livro, uma novela, ou recém-premiado por alguma razão.

No programa de Porchat, contar a boa história é o mote central, não importa se ela aconteceu ontem ou há 30 anos, como logo mostrará Cláudia Raia na hilária lembrança de seus dias no Xingu, aos 19 anos, quando foi filmar “Quarup”, filme de Ruy Guerra.

Apesar do acesso ao elenco da Globo, Porchat não se acomoda na constelação das grifes, tentação quase sempre inevitável de quem pode esbanjar famosos em cena. Em determinado momento, o apresentador faz uma ronda na pequena plateia que cerca o palco, em formato de 360 graus, para ouvir boas histórias dos anônimos. Anônimos, aliás, eram também frequentemente vistos nos programas do Jô, esses, sim, lá chamados em função de suas boas histórias.

O próprio Fábio, quando nos contou sobre o formato, citou Jô, sua referência máxima na TV e palco de seu primeiríssimo stand up, digamos assim, quando saltou da plateia para reproduzir um diálogo da série “Os Normais”.

Outra figura que surge na estreia e nunca esteve no seu programa da Record é um padre, convidado para dar um fim a uma história contada por uma das personagens anônimas.

Combinar a química entre os três convidados no palco favorece muito o resultado da edição de estreia, já vista por esta escriba. Essa conjunção parece ser o maior desafio da nova atração, que tem tudo para abastecer o repertório do espectador, sem deixar de entreter.

COTAÇÃO: EXCELENTE

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