Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Xuxa estreia ‘Dancing Brasil 2’, talent show que veio para salvá-la da autorreferência

Uma crítica permanente às tantas tentativas de Xuxa de se reinventar, sem se reinventar, desde os tempos da Globo, era a persistência na autorreferência. Havia o empenho em ganhar um público que já não era baixinho, mas Xuxa sempre recorria ao histórico de Rainha dos Baixinhos para abastecer seu “novo” conteúdo, e isso contrariava a busca por um público que extrapolasse seu circuito de fãs crescidos. Quem chegou aonde ela chegou, idolatrada que era naqueles anos 1990, corre evidentemente o risco de ficar refém do passado glorioso.

Sob esse aspecto, o “Dancing Brasil”, talent show na linha “Dança dos Famosos”, de formato importado da BBC, apareceu para salvá-la dessa autorreferência. Xuxa se permitiu escapar do próprio universo para se adequar a uma receita que não é sua, vem pronta de fora e a desafia a brincar de apresentadora na sua essência, em passado ou presente a louvar. Não tem, como ela mesma já disse, que fazer um programa pensando na pauta da próxima edição. Apenas aparta o meio de campo entre candidatos e jurados, enchendo a bola de quem entra em cena.

Nesta segunda, dia 24, ela inicia uma segunda edição do “Dancing”, agora tendo no elenco a atriz Suzana Alves, intérprete da lendária Tiazinha, figura que abastecia a audiência de Luciano Huck na era pré-Globo, ainda na Band. Tem Théo Becker, um dos garotos enxaquecas que passaram pelo confinamento de “A Fazenda”, e tem também Yuddi, o garoto que divertia crianças e adultos à frente do “Bom Dia & Cia.”, no SBT. Milene DOmingues, eternamente conhecida como a “Rainha das Embaixadinhas”, e também mãe de Ronald, primogênito de Ronaldo Fenômeno, é outro nome no elenco.

As apresentações serão ao vivo, com participação do público em casa, e se o formato ainda não serve para garantir a Xuxa a vice-liderança de audiência, frente a frente com a herdeira número 4 de Silvio Santos, Patrícia Abravanel, é certo que seus índices têm inflado com o formato em questão e, melhor que isso, sua performance inspira os executivos de TV a ver na loira um potencial bem mais amplo do que aquele que ela conseguia exibir até bem pouco tempo atrás.

No vídeo acima, Xuxa Meneghel fala sobre a experiência e seus desafios, durante o evento de lançamento da nova grade da Record, no Rio. O áudio não é digno do conteúdo, perdão, mas conseguimos ouvi-la dizer que o programa a fez aprender a ouvir mais, a respeitar a opinião dos jurados, sem impor a dela própria, a seguir o teleprompter (texto acoplado à câmera) e a relaxar mais. “Antes eu dizia que não ia dar. Agora eu digo: ‘vai ter que dar'”, diz. Conta que o figurino tem que se adequar a sapatos sem salto, atendendo ao trauma ortopédico do pé que já a tirou de combate por um ano, e já não se sente pressionada a anunciar o que há de novidade no programa. A novidade é o próprio “Dancing”.

Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter

Cristina Padiglione

Cristina Padiglione