Queiroz cai na boca de Rolando Lero na nova temporada da ‘Escolinha’
Ex-motorista da família Bolsonaro e responsável por depósitos nas contas do hoje senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da república, o Queiroz caiu nas graças de Rolando Lero, famoso aluno truqueiro do professor Raimundo. Personagem da “Escolinha – Nova Geração” vivido por Marcelo Adnet, com base no original, interpretado pelo saudoso Rogério Cardoso, o aluno cita Queiroz nesta nova temporada do humorístico, que acaba de estrear no canal Viva e chega à Globo no próximo dia 28.
Perguntado pelo professor Raimundo (Bruno Mazzeo) sobre Eça de Queiroz, o escritor português (como ao final saberemos pelos vereditos do bom aluno Seu Ptolomeu/Otaviano Costa), Rolando Lero descreve ações do ex-funcionário da família Bolsonaro, cujo paradeiro a polícia desconhece há meses e meses.
“Me diga quem foi Eça de Queiroz”, pede o mestre Raimundo.
“Ah, o Queiroz”, responde Lero. “Quem nunca ouviu dizer do Queiroz? Quem nunca ouviu falar do Queiroz? O Queiroz, sempre metido nuns rolos, mas ele sabia fazer dinheiro,o danado, sempre sumido. Sua especialidade era compra e venda de carros usados. É verdade que quando o pessoal pesquisava um pouquinho apareciam uns podres, uns saques, um depósito suspeito aqui e ali, mas, no final das contas, todo mundo deixava pra lá dizendo: ‘essa é do Queiroz’. Daí o apelido Eça, compreendeu?”
“Estamos falando do Queiroz dos Maias”, rebate Raimundo.
“Ah, os Maias, ali de São Conrado”…
A piada segue, e não vou aqui relatar toda ela porque não teria graça entregar o texto de Mazzeo e Adnet, que vale a pena ser visto, principalmente porque o desfecho do bordão entre Raimundo e Lero foge à regra (e à usual nota zero), o que só engrandece a genialidade da coisa.
Convém notar como o humor que vive do factual tem encontrado no descaso de algumas questões um prolongado prazo de validade. Um programa como a “Escolinha – Nova Geração”, gravado com antecedência de dois meses, pelo menos, pode se dar ao luxo de fazer piadas sobre fatos que sabidamente não terão sido resolvidos quando forem ao ar. A morosidade em solucionar determinados episódios tem dado ao universo das anedotas uma flexibilidade longe da lógica.