Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Adnet devolve provocações de Tas sobre Cuba em forma de piada

Marcelo Adnet encarna o cubano triste, na contramão do ritmo musical / Reprodução

Ao questionar Marcelo Adnet sobre seu posicionamento ideológico à esquerda, declaração ratificada no Roda Viva de segunda-feira (17), Marcelo Tas disse, em tom de lamento, que Cuba é um país “triste” e não há humoristas por lá.

A frase de Tas rendeu um sem número de protestos no Twitter e reações de criadores como Gregório Duvivier, Renato Terra e Rafinha Bastos. No momento da entrevista, Adnet respondeu com um esclarecimento sobre ser de esquerda no sentido de ser progressista, não de ser comunista, contrário à propriedade privada ou seguidor de Mao Tsé Tung (a China também foi citada por Tas), .

Sobre Cuba, o humorista disse apenas que não é um país “progressista”, mas a contestação sobre o humor cubano e a “tristeza” do país de Fidel tem vindo em piadas pelo Sinta-se em Casa, série que Adnet apresenta no Globoplay de segunda a sexta.

Na terça (18), Adnet apareceu parodiando o carnavalesco Milton Cunha para apresentar “uma profissão que está em alta na pandemia”; “designer de prateleiras”. Era uma referência ao sucesso da estante que fez fundo para a live de Caetano Veloso, a campeã da quarentena até aqui, e à sua própria prateleira, também citada por Tas no Roda Viva, com livros que poderiam ser considerados, segunda Tas, em tom de brincadeira, plágio do cenário de publicações de Caetano.

O humorista como Milton Cunha, “designer de prateleiras”, com livro cubano em mãos / Reprodução Globoplay

“Fui eu que montei a prateleira poderosíssima da live de Caetano. Fui eu que fiz a prateleira poderosíssima de Adnet no Roda”, e foi citando exemplos de publicações relevantes, desfilando seu belo repertório e mencionando “um homem de esquerda, um homem engajado”, até chegar a um livro com capa sobre o Buena Vista Social Club, “um toque de Cuba pra dar um toque de humor”.

Na edição de quarta (19), a reação foi mais destacada. Em tom de documentário do Discovery, o locutor, na voz do próprio Adnet, anuncia, como se fosse uma série, ilustrada por imagens de cada situação, personagens que viram notícia por contrariarem a natureza de suas origens: “Semana passada, você conheceu argentinos humildes [surge Adnet como um argentino reconhecendo que Pelé é melhor que Maradona]; italianos que falam baixo [surge Adnet com taça de vinho na mão, gesticulando muito e quase sussurrando no idioma em questão], e hoje é a vez dos cubanos tristes”.

O humorista aparece então vestindo as cores do Caribe, com violãozinho na mão, cantando “Gantanamera” de modo tristonho, cabisbaixo, sem a ginga que a música cubana expressa.

 

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Cristina Padiglione

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