Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Alerta sobre condição da mulher, série premiada no Emmy chega à TV brasileira logo mais

Elizabeth Moss, premiada no Emmy, é June, uma das handmaids: cone obstrui a visão das aias

Seis meses depois de ser aclamada como grande vencedora Emmy, a série The Handmaid’s Tale finalmente chega neste domingo, 11, à tela de um canal distribuído no Brasil. Produção da Houlu, uma plataforma Overt the Top, como a Netflix, o título é estrelado por Elizabeth Moss, que também levou todos os prêmios como atriz de drama, do Emmy ao Globo de Ouro. O primeiro episódio vai ao ar às 21h, pelo canal Paramount Channel, distribuído por NET (canal 158), OiTV (canal 135), Claro TV (canal 80), CTBC (canal 390) e Vivo TV (canal 390), além da Sky. Na Oi, Sky e Vivo,o sinal estará aberto a todos os assinantes das respectivas operadoras.

Num mundo distópico, o regime autoritário escraviza mulheres, inclusive sexualmente, para fins de reprodução, já que a poluição tornou quase todas elas inférteis. Já no primeiro episódio veremos uma cena grotesca em que June, a protagonista, é penetrada friamente pelo seu comandante, enquanto a mulher dele ampara a cabeça da penetrada na cama e assiste a todo o processo de tentativa de fecundação. Não há sedução ou libido em cena, ao contrário, é constrangedor.

As handmaids que desobedecerem aos seus comandantes ou patroas podem ser mortas. Embora o estupro seja consentido entre a elite, para fins de reprodução, um estuprador é jogado ao meio das handmaids para que elas façam justiça com as próprias mãos, e o que se vê é a gana pelo linchamento de alguém.

Em meio a esse caos impensável, June se esforça todos os dias para se lembrar do marido, que foi morto pelos capturadores dela, e da filha, e tenta trazer à memória os momentos em família do mundo normal tão recente. Em determinada cena de flashback, ela se queixa da demora de um Uber, o que evidencia a proximidade desse passado, num universo como o nosso, com um universo que parece tão ficcional.

A ideia de isso ser algo tão próximo de todos nós, em parte, é o que apavora o espectador e foi a tônica que guiou um debate promovido pelo Paramount na última quinta, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, com as jornalistas Milly Lacombe, Natália Bridi, do site Omelete, Mariana Nadai, da Ong Think Olga e a influenciadora digital Juet Juet, após a exibição fechada do primeiro episódio.

Era Dia Internacional da Mulher, o que só conspirou a favor da conversa que discutiu sororidade, subserviência, feminicídio e intolerância às diferenças.

Renomeada para o português como ‘O Conto de Aia’ a história se passa na fictícia Gilead, uma sociedade totalitária governada por um regime fundamentalista, que antes fora território dos Estados Unidos. Em um momento de baixa taxa de natalidade mundial por conta de altos níveis de poluição e de doenças sexualmente transmissíveis,  Offred (que antes se chamava June) (Elisabeth Moss) – uma das poucas mulheres férteis remanescentes – é forçada a servir como aia (ou escrava sexual) neste regime fanático que vê nesta condição a última tentativa desesperada de repovoar o mundo. Nessa sociedade assustadora, Offred terá de conviver com seu Comandante Fred Waterford (Joseph Fiennes) e a cruel esposa Serena Joy Waterford (Yvonne Strahovski), além da governanta (Martha), com um único objetivo: sobreviver e encontrar sua filha que lhe foi tirada.

O canal não tem informações sobre a chegada da 2ª temporada, que ainda não estreou nos Estados Unidos, mas, espera-se que o intervalo entre a exibição lá e e a chegada aqui seja mais curta nesta próxima safra.

No ar todo domingo, no Paramount Channel, às 21h

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Cristina Padiglione

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