Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Audiovisual movimenta até R$ 6 bilhões por ano em SP, segundo SPcine

Bastidores do filme 'A Menina que Matou os Pais', feito com apoio da SPCine / Divulgação

Ao celebrar sete anos de existência, a SPcine, agência de fomento e apoio ao audiovisual em São Paulo, reuniu esta semana profissionais do setor em um fórum, a fim de fazer um balanço de números e feitos na retomada pós-pandemia.

Pelas contas do Observatório da SPcine, departamento responsável pela coleta de dados do setor, o audiovisual da cidade tem impacto econômico na vida de 1,5 milhão de paulistanos e movimenta diretamente R$ 5 bilhões por ano. Já em outros setores, o audiovisual tem impacto ainda maior, fazendo circular algo em torno de R$ 6 bilhões. O montante gera diretamente 210 mil empregos, o que representa uma fatia de 26% de toda a indústria do audiovisual no Brasil, e mais 290 mil postos de trabalho indiretamente.

Os números coletados e divulgados pelo Observatório, a partir de dados dos projetos contemplados pelos programas de Fomento da SPcine, mostram que a cada R$1 investido, são gerados mais de R$ 20 pelo setor, e cerca de R$ 1,10 retornam aos cofres públicos municipal através de impostos.

Os cálculos evidenciam mais uma vez que os programas de incentivo ao setor representam investimento com boas perspectivas de retorno e lucro, passando na contramão da famigerada ideia de “mamata” com que o atual governo federal trata questões relacionadas à área cultural, onde a indústria audiovisual está inserida. 

São Paulo foi a primeira cidade no país a usar o sistema de Cash e/ou Tax Rebate, bem-sucedido em mais de 50 países. De acordo com os dados, a cada R$ 1 investido pela Prefeitura de São Paulo no programa, são gastos no mínimo R$ 4 pelas produções contempladas. A agência atesta ainda que o programa é pioneiro, por seus mecanismos, em inclusão e sustentabilidade.

De acordo com a pesquisa realizada pela consultoria internacional Olsberg SPI, especializada no setor, 37% das produtoras de todo Brasil estão em São Paulo, e grande parte delas atende a um padrão de excelência internacional.

Convém saber ainda que é direcionada a outros setores mais da metade dos gastos de uma produção para TV, cinema ou internet. Em média, cerca de 67% dos custos são consumidos em trâmites administrativos, construção, alimentação, hospedagem e transporte.

Durante o fórum realizado esta semana em São Paulo, dados da BID & Netflix mostraram que cada superprodução internacional injeta em média US$ 9,9 milhões por semana na economia local de onde são realizadas. O evento discutiu ainda a importância de festivais e afins para promover a diversidade na frente e atrás das câmeras.

E a cena segue ativando câmeras, luzes e ação, a despeito da vagarosidade que consumiu a Ancine, Agência Nacional de Cinema, de 2019 para cá.

 

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Cristina Padiglione

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