Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Autor da Record, Marcílio Moraes alfineta intervenções da emissora em novelas ao justificar sucesso da Globo

Em post publicado em sua página no Facebook, o autor Marcílio Moraes, contratado da Record, mencionou que o grande sucesso da Globo está diretamente relacionado à liberdade que a família Marinho sempre deu aos autores de suas novelas.

O diagnóstico vem de encontro às intervenções que a filha de Edir Macedo tem feito na novela “Apocalipse”, à revelia da autora da trama, Vivian Oliveira, e de seus colaboradores. Christiane escreve cenas que são enviadas diretamente aos atores e diretores, chegando ao conhecimento de Vivian apenas quando vão ao ar.

Disse Marcílio: “Um amigo quis saber a que eu atribuo o extraordinário sucesso da Rede Globo durante as últimas décadas. Minha resposta: ‘certamente há muitas razões, mas a principal delas, a que está na origem, a fundamental, é que o Roberto Marinho e seus filhos nunca se meteram nas novelas. Como 70 por cento do faturamento da Globo vem das novelas, a coisa deu certo. E continua dando”.

Há poucos dias, Marcílio deu uma entrevista ao repórter Luciano Guaraldo, do site Notícias da TV, dizendo que não tinha espaço na emissora, pois suas novelas não eram nem de época nem bíblicas. No entanto, a reprise de “Ribeirão do Tempo”, novela que escreveu em 2010, atualmente no ar, tem registrado índices de audiência muito próximos de “Apocalipse”.

No enredo da vez, alvo de intervenções que acontecem justamente no aspecto religioso, o lado mau da força está numa igreja que tem sua sede em Roma, e o personagem de Flávio Galvão, que personifica seu líder, usa trajes com indumentárias semelhantes às da Igreja Católica, que só não é mencionada nominalmente, mas tem lá explícitas todas as referências de imagem ao Vaticano.

Fora a questão da falta de liberdade e de respeito devido aos seus profissionais, a intervenção direta da dona da emissora vem num momento bastante delicado, em que a Igreja Universal é alvo de uma série de reportagens sobre supostas adoções ilegais de menores, realizada pela TVI, canal aberto em Portugal.

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Cristina Padiglione

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