Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Boa audiência de ‘Treze Dias Longe do Sol’ inspira futuros projetos na Globo

Débora Bloch foi Gilda em '13 Dias Longe do Sol'

Mais do que contar uma boa história, “13 Dias Longe do Sol” se notabilizou pela capacidade de manter o suspense, ao final de cada capítulo, para abastecer a ansiedade do telespectador. Quem assina Globo Play pode ver tudo de uma vez, no que a gente chama de “binge watching”. Quem não tem o serviço de streaming da Globo, claramente compareceu diante da tela, dia após dia.

Dito isso, e sabendo que o fato de ter sido disponibilizada antes pela internet, sem que sua audiência fosse prejudicada na TV, a Globo passa a ter no título uma referência para futuras produções e suas estratégias. Isso é bacana, mas também não é. Explico: a série pode e deve ser tomada como exemplo para outros projetos, ok, mas não pode ser foco único dos enredos que virão.

Embora tenha exibido uma sequência de acontecimentos capaz de manter a curiosidade da plateia em alta, não seria de bom tom que esse entusiasmo sufocasse outras opções de narrativa, como “Dois Irmãos”, só para ficar no exemplo mais próximo e numa adaptação literária, bandeira que a Globo levantou no ano passado, por ocasião da série baseada no livro de Milton Hatoum.

De audiência inferior e narrativa visual mais caprichada, a história dos irmãos gêmeos Yaqub e Omar era muito mais densa, exigindo mais paciência do espectador, mas também devolvendo mais encanto ao público. A propósito de toda a campanha que a Globo levantou no ano passado para enaltecer a longa lista de adaptações literárias já feitas na sua teledramaturgia, e sem deixar de reconhecer que nenhuma empresa audiovisual fez mais pela divulgação da literatura no Brasil, cabe também observar que esse tipo de produção já teve espaço bem mais cativo na programação da casa.

Dito isso, vamos aos bons números de “13 Dias”, coprodução da O2Filmes com a Globo: na sexta-feira, 19, quando o último episódio foi ao ar, o título manteve 29,4 pontos de audiência na Grande São Paulo e 28 no Rio de Janeiro, com média geral de 29,3 para o saldo de seus 10 episódios. Ainda na estreia, dia 8, também rendeu uma das maiores audiências para o canal com 31 pontos em São Paulo e 32 no Rio de Janeiro.

Os dez episódios foram também tema recorrente dos internautas no Twitter, figurando entre os assuntos mais comentados do mundo.

Dirigida por Luciano Moura, que também assina a criação e roteiro ao lado de Elena Soárez, “Treze Dias Longe do Sol” focalizou o desabamento de um edifício, dividindo atenções entre o drama de quem setava soterrado pelos escombros sob a terra e de quem ficou soterrado pelas denúncias do desastre, sobre a terra. No elenco, ponto para Débora Bloch, Fabrício Boliveira, Enrique Diaz, Emiliano Queiroz e Camila Márdila. O time se completava com Selton Mello, Carolina Dieckmann, Paulo Vilhena, Lima Duarte, Démick Lopes, Antônio Fábio e Arilson Lopes, entre outros.

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Cristina Padiglione

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