Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Brasil é representado por 3 brasileiros no BET Awards, premiação mundial afro

Emicida concorre pela primeira vez ao prêmio como Melhor Artista Internacional / Divulgação
O músico Emicida, a escritora e filósofa Djamila Ribeiro e a cantora MC Dricka representarão o Brasil no BET Awards 2021, premiação do canal BET (Black Entertainment Television), dedicado à cultura afro no mundo todo. O evento vai ao ar pelo canal BET, sintonizado pela plataforma Pluto TV, gratuita, e também pela MTV, a partir das 21h.

A filósofa, feminista, escritora e acadêmica brasileira Djamila Ribeiro foi escolhida para receber o BET International Global Good Award 2021 – Prêmio de Impacto Social. O troféu é conferido a figuras públicas que defendem iniciativas que promovam mudanças sociais positivas e de conscientização.

A escritora e filósofa Djamila Ribeiro/Divulgação

Djamila tem um trabalho constante voltado à luta pelos direitos dos negros e das mulheres, sendo coordenadora dos selos Sueli Carneiro e Feminismos Plurais, com a publicação de 13 livros de autores negros.ão trabalhando para essa mudança”, completa.

MC Dricka, indicada pela primeira vez ao prêmio, representa o Brasil na categoria Escolha da Audiência – Revelação Internacional, concorrendo com Arlo Parks (Reino Unido), Bramsito (França), Bree Runway (Reino Unido), Elaine (África do Sul), Ronisia (França) e Tems (Nigéria).

MC Dricka / @JustinaLexft no Instagram

E, finalmente, teremos Emicida concorrendo ao posto de Melhor Artista internacional, também pela primeira vez no BET Awards. Seus pares são Aya Nakamura (França), Bruna Boy (Nigéria), Diamond Platnumz (Tanzânia), Headie One (Reino Unido), Wizkid (Nigéria), Young T & Bugsey (Reuno Unido) e Yourssoupha (França).

Em conversa com alguns jornalistas sobre a premiação, Djamila reconheceu avanços no ativismo negro no Brasil, mas sabe que esse é um esforço que demanda muito mais ações e atenção. Perguntei-lhe sobre iniciativas que finalmente colocam os negros no audiovisual nacional, não apenas diante das câmeras, mas nos postos de criação que nos permitem ouvir vozes dissonantes das até aqui vigentes na narrativas de tantas histórias.

“Tenho acompanhado muitas iniciativas no audiovisual. A gente não quer ser só ser representado e estar por trás da equipe que pensa. Em novelas de época, é sempre o negro sendo açoitado. É preciso mostrar os quilombos, mostrar as lutas, é fundamental essa perspectiva da população negra como sujeito, nossa história não é só a escravidão”, argumentou Djamila.

“A gente quer fazer parte da história como sujeito. Acompanho algumas iniciativas de amigos que passam dificuldades para colocar os seus filmes nas ruas. A Camila de Moraes, cineasta incrível de Salvador, idealizadora do festival de cinema negro, faz um trabalho muito importante. E há histórias que não foram contadas e precisam ser contadas, rompendo com essa visão de perspectiva de sujeito da história.”

A própria Djamila admitiu ter alguns de seus livros em avaliação para possíveis adaptações para a tela.

A BET é uma marca do grupo Viacom e já tem 21 anos de existência, tendo chegado ao Brasil recentemente pela Pluto TV, do mesmo conglomerado.

A proposta de abordar o universo afro com conteúdo propositivo também está no Trace Brazuca, canal pago da franquia Trace Trends, programa que acaba de chegar ao GloboPlay e a ao canal Multishow, com Alberto Pereira Jr. e Xan Ravelli, com participação dos ex-BBBs João Luiz Pedrosa e Babu Santana, responsáveis pelas melhores lições antirracistas na casa do reality show, e AD Júnior, que ajudou a trazer a marca para o Brasil.

Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter

Cristina Padiglione

Cristina Padiglione