Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Brasil é único país da América Latina em novo acordo internacional de audiovisual

'Meu Amigãozão' é um bom exemplo de coprodução internacional que deu certo, parceria entre a 2DLab e a Breakthrough Entertainment, do Canadá / Divulgação

O Brasil será o único signatário da América Latina de um protocolo internacional de cooperação e coprodução audiovisual que servirá como ferramenta de promoção e desenvolvimento da produção audiovisual.

Trocando em miúdos, significa que o país passa a participar de um grupo de nações relevantes para incentivar e facilitar propostas de coproduções internacionais para cinema e TV entre produtoras independentes, players e distribuidores.

O time inclui Austrália, Bélgica, Canadá, Cingapura, Coreia do Sul, Croácia, Estados Unidos, França, Índia, Itália, Nova Zelândia, Portugal e Reino Unido.

A carta de intenções será assinada neste 14 de outubro, em Cannes, na França, na véspera do início da MIPCOM 2018, maior mercado de entretenimento do mundo.

A iniciativa é encabeçada pela Aliança de Produtores de Cinema e Televisão do Reino Unido (PACT, na sigla em inglês) e tem apoio do Brazilian Content, programa de exportação da Brasil Audiovisual Independente (BRAVI) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

A delegação de produtoras brasileiras somará, nesta edição, 41 empresas representadas por 52 profissionais em Cannes.

Para menores

Mais da metade das produtoras leva na bagagem projetos de animação para apresentar por lá, um alento para um segmento que até 12 anos atrás era tão modesto. Só nessa área, são 46 projetos formatados e outros 35 em desenvolvimento em busca de parcerias ou financiamento para coprodução ou distribuição fora do país.

A animação brasileira viveu um boom de crescimento na última década, impulsionada pelo financiamento público, pelo incentivo à indústria criativa e pela instituição de cotas em TV fechada. No Festival de Annecy, o maior de animação do mundo, realizado em junho, o Brasil foi homenageado pela primeira vez, com oito produções nacionais indicadas em cinco categorias no festival. Duas delas foram premiadas. Em 2013 e 2014, o Brasil levou os principais prêmios do evento.

Entre os projetos prontos a serem apresentados no evento estão a quarta e a quinta temporada de “O Show da Luna!”, da TVPinGuim, franquia que já está presente nas telas de 96 países e no Brasil é exibida pela Discovery Kids. Indicado ao Emmy Kids no ano passado, o título acaba de render uma parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU) para o desenvolvimento de  uma série de 20 episódios em torno das causas que regem a sustentabilidade no planeta.

Pela Boutique Filmes, produtora da série “3%”, vista na Netflix, Tiago Mello leva a cannes a série “Papaya Bull”, além de outras produções para gente grande.

Até a Galinha Pintadinha pisa no Palais des Festivals na próxima semana. A produtora Bromélia Produções apresenta lá a série da “Galinha Pintadinha Mini”, além de versões em português, inglês (britânico e americano), italiano e francês da “Galinha Pintadinha” – estão em andamento gravações de dublagens em mandarim, japonês e alemão.

A Glaz Entretenimento estará no mercado com as séries de animação “Irmão do Jorel” (que concorreu em Annecy), “Historietas Asssombradas (Para Crianças Malcriadas)” e “Tromba – Trem”, além de projetos em desenvolvimento, como “Giga Tuiga” e “Ico Bit Zip”.

Seis empresas brasileiras vão participar pela primeira vez do evento. Pelo menos duas delas têm animações em seu borderô. A Astrolábio, com mais de 17 anos de experiência em produções artísticas, musicais e audiovisuais, comparece com “Chico e Lalá”, projeto em desenvolvimento. E a sBusiness levará na bagagem a série animada “As Aventuras de Bob Zoom”, voltada ao público de 2 a 5 anos.

Séries e longas

A situação do ex-presidente Lula é o foco de um dos documentários a ser oferecido ao mercado internacional: “Lula, President or Prisoner?”, já em produção, é assinado pela Grifa Filmes, que leva ainda os documentários “Megafauna” (em desenvolvimento), “Operation Pedro Pan” (em pós-produção) e “Isabella” (em desenvolvimento).

O pacote das produtoras independentes soma ainda séries e longas-metragens brasileiros. Há dramas como a série “O Hóspede Americano”, da Teleimage Productions, e longas como “Querida Mamãe” e “Arigó”, da Moonshot Pictures. Na área de projetos em desenvolvimento, tem “Estranho Amor”, série da Visom Digital, e “Cabra Cega”, também da Moonshot.

A produtora Medialand embarca com um catálogo de 35 séries, três delas inéditas e de gêneros distintos: a ficção “Making Of”, um docucomedy sobre os bastidores de uma série de terror de TV; “Tunadas”, reality de uma mulher pilotando carros e motos; e a doc-series de culinária “À Brasileira”, em que chefs de cozinha mostram como abrasileiraram pratos internacionais.

Na edição anterior, o MIPCOM reuniu 13.800 participantes, 4.700 buyers e 2.000 expositores. Além das produtoras já citadas, a lista das brasileirinhas inclui a 2DLab, 44 Toons, Alopra Estúdio, Animaking, Apiário Estúdio Criativo, Astronauta, Cabong Studios, Capelini Filmes, Chatrone America Latina, Conspiração Filmes, Copa Studio, Dogs Can Fly, Elo Company, Feel Filmes, Flamma, Formata, G Entretenimento & Audiovisual, Hype.cg, JM, Kampai, Lightstar Studios, Manifesto Games, PushStart, Sato Co. Ltda, Split Studio, Synapse, Tortuga Studios, Tree House Studios, Up! Content Co. e Z7 Company.

A feira conta também com estandes da Globo (o maior, entre os brasileiros), SBT e Record. A TV Cultura estará integrada ao quintal das produtoras independentes.

 

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Cristina Padiglione

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