Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Brasileiro ficou 1h20 minutos a mais por dia diante da TV na quarentena

William Bonner e Renata Vasconcellos no JN: jornalismo liderou consumo de TV no período/Reprodução

Entre os vários estudos que o instituto Kantar Ibope, responsável pela medição de audiência no Brasil, fez desde o início da quarentena, está a média que acrescenta, em abril, 1h20 a mais por dia no consumo de TV. O levantamento se refere ao uso individual do aparelho de TV, sem discernir se foi ligado para TV aberta, fechada, streaming, DVD ou videogame.

O levantamento foi apresentado pela CEO da Kantar Ibope Media, Melissa Vogel, no primeiro encontro da série Quintas às 19h, promovido pela Bravi (Brasil Audiovisual, associação das produtoras independentes brasileiras).

 

O estudo mostra ainda que o engajamento resultado do cruzamento de mídias obtido especialmente com a experiência das lives, transmissões que explodiram na quarentena, aponta para uma tendência que há de se estabelecer após o fim do isolamento e as empresas terão de aprender a vender novas métricas de consumo de audiência para os anunciantes.

Quanto vale, por exemplo, um show como o que Luan Santana apresentou neste sábado (13) pela Globo, como transmissão replicada pelo canal Multishow, pelo Globoplay  e pelas plataformas do cantor (YouTube e Instagram)?

Com análise sobre 216 lives, o instituto concluiu que a repercussão no Twitter das apresentações em crossmedia (que se multiplicam por vários espaços, o que inclui também podcast/rádio, além de telas) é 2,6 vezes maior do que as lives vistas apenas em uma plataforma digital.

O estudo aponta ainda o jornalismo encabeçando o interesse da audiência, o que reflete a busca por informações sobre a maior crise sanitária do século no mundo todo. Como se constatou, a GloboNews assumiu a liderança da TV paga entre março e abril. Já no início deste mês, o Viva voltou a ocupar a liderança do segmento, deixando o canal de notícias do Grupo Globo em 2º lugar.

O Jornal Nacional despontou como o noticiário de maior crescimento na TV aberta, ultrapassando sempre os 30 pontos na Grande São Paulo. Apenas na semana que passou, já diante do afrouxamento da quarentena, o informativo voltou a ficar aquém desse patamar e, mesmo assim, com 29 pontos.

No PNT, o Painel Nacional de TV mensurado pela Kantar Ibope nas 15 regiões metropolitanas de maior consumo do país, a Globo já perdeu pontuação no saldo de maio em relação a março. Na média das 24 horas do dia, registrou 12,3 pontos no mês passado e foi sintonizada por 31,7% dos televisores ligados. Em março, primeiro mês de isolamento social, obteve média de 14,4 pontos, tendo sido sintonizada por 36,2% das TVs ligadas.

As faixas matutina e vespertina apontam a maior oscilação no sobe-desce do período, já que são os horários em que a maioria dos quarenteners passaram a ficar em casa, agora retornando, em boa parte, a atividades habituais. Na última semana, foi observada queda significativa no Encontro, de Fátima Bernardes, e no Bom Dia Brasil, que invade a faixa onde antes da quarentena se encaixava o Mais Você, de Ana Maria Braga.

Cada ponto equivale a 703.167 indivíduos no PNT e a 203.309 pessoas na Grande São Paulo.

Confira a seguir outras constatações do estudo da Kantar Ibope, como o ranking de telas no potencial de difundir vídeos.

Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter

Cristina Padiglione

Cristina Padiglione