Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Breaking Bad: sempre é tempo de conhecer Walter White

Bryan Cranston (Walter White) e Jesse Pinkman ( Aaron Paul) em 'Breaking Bad'

Sei que isso depõe contra meu ofício, mas só agora estou recuperando “Breaking Bad”. Demorei para começar, interrompi por algum tempo, porque a ocupação demandada por um expediente em redações multimídia (impresso+web+rádio+TV), infelizmente, tem restringido cada vez mais o tempo disponível para atualizações necessárias do software de seus jornalistas. Agora, longe do multimídia há seis meses, com todos os afazeres seguintes quase concluídos em um novo planejamento de vida e noticiário online, ufa, consigo me aproximar do fim da saga de Walter White.

Mas já não sei se quero chegar ao fim e ficar órfã dessa história do professor de química que, ao se ver vítima de um câncer de pulmão, entrega-se à tentação de produzir metanfetamina para deixar a família em condições financeiras razoáveis. Talvez fosse melhor manter a trajetória dessa figura, em irrepreensível interpretação de Bryan Cranston, no meu imaginário, só para poder continuar a viver pensando o que terá sido de seu desfecho. Não quero que termine.

Ainda há pouco, confessando à amiga Patrícia Villalba que ainda estava vendo “Breaking Bad”, ouvi dela: “Como eu queria não ter visto tudo ainda, só para poder ter o impacto do frescor que a série causa na gente! Como é bom!”

É tão bom, respondi, que não consigo saber como a gente pode achar qualquer coisa boa depois de ver aquilo. Cada diálogo, cada ação, cada passo é uma surpresa, um pular do sofá, um suspiro.

Com tantas produções em andamento o tempo todo, é praticamente impossível ver tudo. Mas muitos títulos merecem ser vistos para além do terceiro episódio, até onde vai a percepção de um crítico, de modo geral. Até hoje, das séries gringas, vi na íntegra “Mad Men”, que amo profundamente e merece ser vista e revista com foco em cada diálogo. Das nacionais, devorei “Agosto”, de Rubem Fonseca, “Amores Roubados”, de George Moura, e “Justiça”, da Manuela Dias. Vi outras claro. Adoro “Anos Rebeldes” (mais que “Anos Dourados”), mas, com perdão pelo valor que dou às produções nacionais, “Breaking Bad” e “Mad Men” estão em outros patamares. Recentemente, devorei também “Stranger Things” e “The Night Of”. Agora, ao me aproximar do último episódio de “Breaking Bad”, já não terei, como tenho no caso de “Stranger Things”, a ansiedade pelo que virá.

Digo tudo isso da boca pra fora. Mal aguardo pelos créditos ao fim de cada episódio e já salto para o seguinte, no menu da Netflix. A curiosidade me corrói. Não tenho outra saída. Mr. White me fez dependente de sua história e lá vou eu, a caminho do fim.

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Cristina Padiglione

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