Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

‘Brega & Chique’ chega ao Viva: confira as novelas mais pedidas no canal

Glória Menezes e Marília Pêra fizeram dupla histórica em 'Brega & Chique'

A lista de novelas escolhida pelo Viva para uma vaga de reprise no canal é sempre uma sensação entre noveleiros, alvo de bolsa de apostas, torcidas e muitos pedidos encaminhados à emissora.

O TelePadi adianta aqui em primeira mão que “Brega & Chique”, de Cassiano Gabus Mendes, um dos títulos das seis novelas mais pedidas na programação, será finalmente revisitada pelo Viva em agosto próximo, tendo portanto sua primeira exibição na íntegra em 31 anos.

É preciso lembrar que o “Vale a Pena Ver de Novo” não reprisa as novelas na íntegra. Aliás, poucas vezes chega perto disso e até já retalhou muito folhetim, em busca do senso comum para o horário vespertino. Já no Viva, as reprises não cortam nem merchandisings, inclusive de produtos que não existem mais.

Além de “Brega & Chique”, a lista das seis tramas mais pedidas em fevereiro inclui: “Livre Pra Voar” (1984/85, de Walther Negrão e Alcides Nogueira), “Vale Tudo” (1988, de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, já exibida pelo Viva em seu primeiro ano no ar), “Selva de Pedra” (1972/73 e 1986, original de Janete Clair), “Mandala” (1987/88, de Dias Gomes, escrita por Marcílio Moraes e Lauro César Muniz) e “Locomotivas” (1977, de Cassiano Gabus Mendes).

Com Marília Pêra e Glória Menezes nos papéis principais, “Brega & Chique” é um clássico da faixa das 19h da Globo. Ambientada em São Paulo, a novela aborda a ascensão  de uma mulher – Rosemere da Silva (Glória) – e a queda de outra – Rafaela Alvaray (Marília).

Rosemere mora na periferia, mantém a casa e a família com dificuldade e é brega. Rafaela, rica e fútil, é chique. O que as duas não sabem é que são casadas com o mesmo homem, Herbert Alvaray (Jorge Dória), que Rosemere conhece como Mário.

Para escapar da falência, Herbert simula sua morte e foge do país. Deixa Rafaela e os filhos com ela, vividos por Patrícia Pillar, Tarcísio Filho e Cristina Mullins, além do genro, interpretado por Tato Gabus e da sogra, papel de Célia Biar, sem dinheiro. Mas não se esquece de amparar a amante, Rosemere, com quem tem uma filha.

Sem recursos, Rafaela vai morar na mesma vila de Rosemere, na periferia, e toda a trama se desenvolve a partir dessa relação.

Abertura polêmica

E se você está cansado de ver mulheres nuas nas aberturas de novelas antigas revisitadas pelo Viva, é esse o momento do empoderamento feminino em flashback: a abertura de “Brega & Chique”, criada pelo designer Hans Donner e equipe, trazia o modelo Vinícius Manne com as nádegas de fora, perseguido pela câmera, de costas, enquanto caminhava, ao som de Pelado, do Ultraje a Rigor.

A Censura Federal, que ainda vigorava, exigiu que a nudez fosse coberta com uma folha de parreira. No segundo dia de exibição da novela, a folha estava lá, escondendo o traseiro do modelo. Mesmo assim, a Censura não achou suficiente e exigiu que o tamanho da folha fosse aumentado. Após negociações, a versão original foi liberada e voltou a ser exibida como no primeiro capítulo, embalada pelo refrão “pelado, pelado, nu com a mão no bolso”.

Capa do LP ‘Brega & Chique’, com o modelo da abertura da novela

Pede-se que o Viva respeite a bunda do rapaz, como respeitou as curvas de Isadora Ribeiro na reprise de “Tieta” e as de Mônica Fraga na reexibição de “Pedra Sobre Pedra”.

Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter

Cristina Padiglione

Cristina Padiglione