Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Canal Arte 1 negocia compra de ‘Merlí’, série catalã que virou hit

Merlí, jogado para o alto pelos alunos que o adoram, na série catalã comprada pela Netflix

O Canal Arte 1 negocia com a TV catalã a compra de “Merli”, adorável série catalã que chegou ao Brasil pela Netflix e tem feito grande sucesso por aqui, apesar de jamais ter sido muito alardeada pela plataforma. O título, que continua fora do alcance da TV, pode desembarcar no canal bacana do Grupo Bandeirantes.

Protagonizada por Francesc Orella, a série alcançou um sucesso orgânico entre os assinantes da Netflix e não só no Brasil. Se adquirida, será vista no áudio original, como manda a praxe do Arte 1. Em cena o professor de Filosofia que dá nome à série se vale de métodos pouco ortodoxos

A série se completa com 40 episódios em 3 temporadas – 13 episódios em cada uma das duas primeiras safras e 14 na última. Professor de Filosofia, Merli se vê obrigado a cuidar do filho adolescente, Bruno, de quem sempre estabeleceu um certo distanciamento, depois que sua ex-mulher resolve se mudar para Roma.

Desempregado logo no início, ele acabará arrumando uma vaga para lecionar justamente na escola do filho, expondo daí dramas da adolescência, das relações entre pais e filhos e do comportamento tão conturbado que os hormônios provocam nessa faixa dos 15/16 anos, comuns a adolescentes do mundo todo.

Jovens carentes de atenção ou excessivamente cobrados por resultados, pais ocupados, pais muito ciosos, mães solteiras, mães precoces, jovens gays enrustidos, jovens que se sentem culpados por deficiências alheias (de pais, mães ou irmãos), ensino e aprendizado, enfim, uma série de dramas vão pipocando a cada episódio, construindo uma gigantesca gama de assuntos do interesse muito em comum de faixas etárias, sociais e geográficas diferentes.

Por isso é que a série é tão universal. Some a isso o fato de cada episódio se basear nas ideias de algum pensador ou escola filosófica, como os peripatéticos, Sócrates, Aristóteles, Nietzshce ou Schopenhauer, e temos então um enredo capaz de atingir famílias do mundo todo.

Merlí é um grande personagem, figuraça que qualquer um de nós adoraria ter na nossa rota de convivência. Altamente sedutor, apesar de contrariar os padrões estéticos de beleza, é idolatrado (e às vezes odiado) pelos alunos, e isso gera alguma inveja nos colegas, dando pano para outros dramas.

Cada episódio leva o nome de um filósofo diferente e seus preceitos estão diretamente relacionados ao drama abordado na respectiva edição.

Criada e escrita por Héctor Lozano e dirigida por Eduard Cortés, “Merlí” estreou na Catalunha pelo canal TV3 em 2015 e foi líder em sua faixa horária, na TV local. 

Depois de ter seus direitos comprados pelo grupo Atresmedia em novembro de 2015, a série foi dublada em espanhol e exibida em outros territórios da Espanha pelo canal LaSexta. A partir dali, a Netflix comprou os direitos de exibição da 1ª temporada para exibição na América Latina e Estados Unidos, com lançamento em 1º de dezembro de 2016, tendo renovado o interesse pelo conteúdo até a 3ª e última safra.

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Cristina Padiglione

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