Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Cinema nacional entra na mira do ‘Choque de Cultura’, que volta pelo Canal Brasil

Raul, Caíto, Leandro e Daniel, pilotos do transporte alternativo, agora de olho no cinema nacional /; Divulgação

Para Renan de Almeida, personagem de Daniel Furlan no “Choque de Cultura”, o filme “Tropa de Elite” é o “Loucademia de Polícia Brasileiro”. Já Maurílio dos Anjos (Raul Chequer), seu colega no mais notável time do transporte alternativo metido a entender de cinema, vê “Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro” como “tortura policial para a família toda”.

Nesta sexta-feira (4), o “Choque de Cultura” está de volta para uma temporada de 12 episódios temáticos no Canal Brasil. As edições ficarão a disposição dos assinantes do GloboPlay no mesmo instante, a partir das 21h45 de toda sexta.

Agora, como manda o espaço original dos críticos, Renan, Maurílio, Rogerinho do Ingá (Caíto Mainier) e Julinho da Van (Leandro Ramos) terão como repertório apenas o cinema nacional, mesmo que entendam “Hulk 2” ou “Velozes & Furiosos” como filmes brasileiros, pelo simples fato de terem tido cenas registradas no Brasil.

Amantes de explosões, colisões espetaculares e muita pirotecnia, os meninos vão se ver falando de Adam Sandler no contexto de Glauber Rocha, com quem Maurílio certamente se identificaria muito, como diz Raul, porque, assim como Glauber, ele também se sente incompreendido em sua sabedoria.

O quarteto conversou há pouco com Simone Zuccolotto, do Canal Brasil, com perguntas abertas a jornalistas em uma coletiva virtual.

Os amigos vão discutir desde clássicos do Cinema Novo, como “Deus e o Diabo na Terra do Sol” e “Terra em Transe”, até filmes mais recentes, como “Aquarius” e “Legalize Já”, passando por “Sonho de verão”, “Lua de Cristal” e “Trapalhões na Terra dos Monstros”.

Durante a coletiva, eles mencionaram várias vezes “Faustão e o Inspetor Mallandro”, além de ícones como Supla e outras referências do cinema brasileiro no contexto debochado do programa.  Esse é o tom que guia um script que prevê Cinema Novo no terceiro episódio e O Brasil no Oscar no quarto capítulo. “Bacurau”, no quinto epísódio, “é drone e tiro, nem precisava de história”, comenta Rogerinho do Ingá.

Voltando ao “Choque” no Canal Brasil, o oitavo episódio terá Renan, Maurílio, Rogerinho e Julinho apresentando o “Prêmio Gurgel de Prata”, que vai para uma eclética seleção de filmes, incluindo “Xuxa e os Duendes” e “Heleno”. E o 11º e o 12º episódios são um compilado de momentos não usados nos programas anteriores.

Admitindo que tratam cinema brasileiro como um gênero, Caíto Mainier diz que muitos dos preconceitos que o brasileiro médio tem com o cinema nacional estarão em cena, contendo ironia, evidentemente.

Nascido no Omelete, site de cultura geek, o Choque de Cultura vem da TV Quase, canal criado no YouTube, com personagens de frequentaram também a velha MTV Brasil, ainda como canal aberto. Renan, lembram os meninos, foi inspirado em um vendedor de mate que eles conheciam da praia de Copacabana. Como seu cover, tinha língua presa e uma doçura extra ao mencionar qualquer assunto.
Na Globo, o quarteto de pilotos, venerado por uma plateia jovem, teve duas temporadas antecedendo a sessão de filmes do Temperatura Máxima, aos domingos.
Os fãs de Renan, Rogerinho, Mauríli e Julinho agradecem à volta da trupe, agora sob novo enfoque.

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Cristina Padiglione

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