Com 47 programas, culinária somou 17% ao caixa da TV no 1º semestre do ano
Na véspera da final de mais um “Masterchef Brasil”, sucesso da Band que parece longe de se esgotar, um levantamento mostra por que a emissora tem procurado emendar uma edição na outra, além de apostar em outro título relacionado a comida, o “Pesadelo na Cozinha”, com Eric Jacquin, pronto para uma 2ª temporada.
Nos últimos cinco anos, o interesse por programas culinários cresceu 15% entre homens de 18 a 34 anos e 2% entre as mulheres da mesma faixa etária (vamos considerar que como o interesse deles era mais baixo, havia mais o que crescer entre meninos do que entre meninas). Os dados fazem parte de um levantamento do Target Group Index, solução da Kantar IBOPE Media: 46% dos entrevistados concordam com a frase “cozinhar me fascina”. Desse universo, 30% tendem a confiar mais nos produtos que os apresentadores de TV indicam e 25% admitem que celebridades influenciam suas decisões de compra.
Tomando como referência os custos de tabela comercial (que na prática tem sempre uma larga fatia de descontos, e mais ainda em tempos de crise), a compra de espaço publicitário em programas culinários e reality shows do gênero equivaleria a R$839 milhões no 1º semestre de 2017. O crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior dona 17%, considerando TV aberta (58% desse bolo), TV paga (25%) e merchandising (17%).
Esse período fez revezar nos programas do gênero e seus intervalos nada menos que 3 mil marcas. Entre as categorias, cervejas e supermercados, hipermercados e Atacadistas representaram 10% da compra de espaço publicitário.
Entre os maiores anunciantes neste tipo de programação, destacam-se Unilever Brasil, Carrefour e Ambev.
Audiência
Entre janeiro e julho deste ano, 47 programas diferentes de reality shows culinários foram transmitidos pela TV no Brasil, somando canais abertos e pagos. Segundo dados da Kantar IBOPE Media, quase 39 milhões de indivíduos consumiram ao menos 1 minuto desse conteúdo nas 15 regiões metropolitanas onde a audiência de televisão é aferida regularmente, o que representa 56% da população que possui TV em casa no país.
O estudo revela ainda que os realities (que a Band prefere chamar de “talent show”) são mais consumidos por mulheres das classes A e B. No recorte de idade, a maior concentração de telespectadores tem entre 25 e 49 anos.
Líder em engajamento no Twitter, a rede social que mais afeta e é afetada pelos programas de TV, o “Masterchef” também puxa a tendência de movimentar a internet. De acordo com o Kantar Social TV Ratings, solução de Social TV da Kantar IBOPE Media, que analisa o engajamento dos telespectadores no ambiente digital, entre janeiro e junho deste ano, os reality shows culinários geraram mais de 300 milhões de impressões (quantidade de vezes em que os tweets relacionados ao programa foram visualizados durante a sua exibição) no Twitter. Em média, 31% das menções são positivas e só 6% são negativas, nas contas do levantamento.