Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Desemprego reforça crescimento da audiência de TV

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Com 12 milhões de desempregados, a audiência de televisão tem crescido de janeiro para cá, e tem crescido bem mais na faixa matutina. Até a TV paga, que não tem conquistado novos assinantes, tem contado com mais gente à disposição da tela.

De janeiro até o fechamento de setembro, os números do Kantar Ibope Media mostram uma desaceleração no consumo de TV só entre agosto e setembro, o que se explica pela Olimpíada no mês de agosto. Mas, na comparação entre janeiro e setembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2015, o total de televisores ligados entre 7h e 0h foi de 42,6% para 46%, um crescimento de  8%.

Nas 24 horas do dia, o crescimento de TVs ligadas também é de 8%, índice que se repete na faixa vespertina. No horário matinal, das 7h às 11h59, o avanço é maior: 9%

De janeiro a setembro, a TV paga abocanhou uma média de 21,5% (8,1 pontos) do total de televisores ligados na média dia (24 horas), ante 20,5% do mesmo período de 2015. Isolando apenas setembro deste ano, a fatia que cabe à TV paga no bolo dos ligados chega a 22,5% (8,5 pontos).

De setembro a setembro, entre 2015 e 2016, a Globo cresceu de 14,8 pontos para 16,6 pontos na média das 7h à 0h, onde está concentrada a grande maioria do bolo publicitário. Só não cresceu mais que a faixa de canais pagos.

Ainda segundo os dados anuais, na parcial de janeiro a setembro, a Record cresceu 25% na faixa vespertina, uma combinação entre o crescimento no número de gente que está em casa a essa hora, e a opção pela reprise de novelas, no lugar do extinto ‘Programa da Tarde’. Entre 12h e 18h, a Globo cresceu 4%, o SBT, 6%, e os canais pagos, no total, 15%.

Já na faixa noturna, das 18h às 23h59, horário mais caro para a publicidade, a Globo também inflou seus números, saltando de 22,8 pontos para 25,3, no comparativo de 2015 e 2016, de janeiro a setembro. A Record foi de 7,9 para 8,2 pontos, e o SBT, de 7.5 para 8,4 pontos. A Band foi de 2,5 para 2,6 pontos e a RedeTV!, de 0,8 para 0,9 pontos. Ou seja, todo mundo cresceu.

Na Grande São Paulo, o número de televisores, a Globo cresceu de 13,3 a 15,4 pontos entre 7h e 0h, um avanço de 11%. A Record também avançou 11%, indo de 6,6 pontos para 7,4 pontos. O SBT cresceu de 6,2 pontos para 6,6, e a Band, que tinha 2,3 pontos, tem agora 2,6 – para ela, isso representa 13% de ganho. Esses são os dados do acumulado do ano na Grande São Paulo, onde a RedeTV! ficou em 0,8 ponto nos dois períodos, e a TV paga teve até um ligeiro retrocesso, caindo de 9,1 para 9,6 pontos. Com a maior população do País, a região concentra 69,4 mil domicílios por ponto de audiência.

Pena que, nesse caso, o aumento do consumo de TV não se traduza, diretamente, em dinheiro, já que estão em baixa os bolsos de parte desse público que fez crescer a audiência. De toda forma, é um bom momento para os canais fidelizarem uma plateia que havia se deslocado para outras bandas.

Os dados são do Painel Nacional de TV do Kantar IBOPE Media.

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Cristina Padiglione

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