Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Diretas Já: de novo, série da Globo vem a calhar com movimento das ruas

A família de Gustavo (Gabriel Leone) coloca faixa por Eleições Diretas na frente de casa

A TV produz pouca dramaturgia sobre o período da ditadura no Brasil e, mesmo assim, tem a “sorte” de encontrar grandes coincidências com a vida real.

“Anos Rebeldes”, série de Gilberto Braga exibida pela Globo em 1992, veio a calhar com o movimento que pedia a saída de Fernando Collor do poder. A música da abertura, “Alegria Alegria”, de Caetano Veloso, tornou-se um hino para os chamados caras-pintadas, jovens que foram às ruas para pedir o impeachment do então presidente.

Agora, “Os Dias Eram Assim” está prestes a resgatar o movimento das Diretas Já, que ganhou fôlego em 1984, com o então anunciado fim do governo militar. A cena da ficção da TV virá novamente a calhar com um grito que ecoa nas ruas, como se viu na grande multidão que lotou a praia de Copacabana nesse último domingo, capitaneada, aliás, por artistas como Caetano Veloso (de novo ele). O público reivindica a saída de Michel Temer da presidência e o direito de escolher um novo presidente para a cadeira ocupada por ele.

Se “Os Dias” terá alcance suficiente para inspirar mais gente a pedir por eleições diretas neste momento é algo que não se pode prever. “Anos Rebeldes” de fato motivou uma geração a ir às ruas e foi mais aplaudida que a série atual, até porque era a primeira produção de teledramaturgia a remexer no período da ditadura e tinha seu foco centrado em militantes envolvidos com a causa. Já “Os Dias” tem protagonistas afetados pelo contexto da repressão, mas que estão longe de pegar em armas ou distribuir panfletos contra o regime da ocasião.

 

 

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Cristina Padiglione

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