Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Disney demorou a criar serviço de streaming, mas divórcio da Netfilx vale só para os EUA. Por enquanto

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A Disney anunciou nesta quarta-feira que vai criar o seu próprio serviço de streaming e ali abarcará todo o seu conteúdo. Demorou. Pelo gigantismo de sua produção para cinema e televisão, a companhia está ligeiramente atrasada no que diz respeito às estratégias do mercado de vídeos sob demanda.

A iniciativa da Disney implicará, pelo menos nos Estados Unidos, a retirada de seus títulos do acervo da Netflix, parte preciosa do catálogo da plataforma de streaming de maior alcance do mundo, a partir de 2019, quando o novo negócio da Disney já estiver em funcionamento e alguns títulos inéditos muito esperados (como o filme “Toy Story 4”) estiverem para sair.

Os assinantes da Netflix no Brasil, portanto, não serão imediatamente afetados pela plataforma da Disney. É claro que, ao longo dos anos, com o crescimento esperado, a Disney poderá fazer um jogo mais duro na competição de seu conteúdo com o da concorrência, em países de todo o mundo.

O que a Disney vem fazendo não é diferente do que faz a Globo dentro do Brasil, onde a Netflix não distribui qualquer produção do plim-plim ou de canais pagos do grupo: toda a audiência sob demanda dos produtos Globo é usufruída dentro das plataformas próprias da família Marinho, como Globo Play, Globosat Play ou vendas a la carte dentro das plataformas das operadoras (NOW, na Net e na Claro, Sky Online, Vivo, etc.).

Indo além das fronteiras, em proporções mundiais, a Netflix já enfrenta isso com a HBO em vários países, inclusive aqui: tudo está concentrado na HBO GO, espaço que a grife pretende lançar como serviço solo no Brasil, a médio prazo, desde que consiga um bom servidor para aguentar o tranco. Na estreia da 7ª temporada de “Game Of Thrones”, no último dia 17, o serviço travou, em razão do alto número de acessos, o que indica que a HBO ainda vai precisar construir essa casa em alicerces muito mais robustos, antes de se aventurar no comércio solo de sua programação, sem vínculo com operadoras de TV.

Outra coisa: a Disney é dona da Marvel Studios, da Lucasfilm e da Pixar, mas os executivos da companhia garantiram que as séries exclusivas para a Netflix, como “Defensores?”, permanecerão no catálogo mesmo após 2019.

No Brasil, a Netflix tem os filmes “Pocahontas”, “Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra”, “Toy Story 3” e “A Princesa e o Sapo”.

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Cristina Padiglione

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