Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Em tom de piada, Tatá cria climão entre herdeiros de Silvio Santos no ‘Lady Night’

Tiago Abravanel defende a Globo, com risco de perder a herança, e a tia, Patrícia, o SBT, em debate promovido por Tatá Werneck. Foto: Reprodução

“É uma questão salarial, Tatá. A Globo me dá o que o SBT não deu”: a afirmação vem em verso cantado por Tiago Abravanel, neto de Silvio Santos, contratado pela Globo, na estreia da 3ª temporada do “Lady Night”, com Tatá Werneck.

O episódio vai ao ar pela tela do Multishow na noite desta segunda-feira, abrindo a nova safra, mas já pode ser visto por todos (inclusive não assinantes) pelo  Multishow Play, canal sob demanda via internet, e por assinantes da Claro e da NET via NOW, plataforma das duas operadoras. Aliás, não só este, mas também os episódios com Juliana Paes e Angélica e Padre Fábio de Melo também estão disponíveis a todos no Multishow Play.

A sequência em que Tatá faz Tiago desconstruir a própria família, sempre em tom de piada, vem reforçada pela presença da tia mais famosa do ator, Patrícia Abravanel. Em um debate criado para que ambos defendam respectivamente as empresas onde trabalham, Tiago volta a dizer que lhe pagam na Globo o que o SBT não pagava. Patrícia rebate, alegando que o salário na Globo parece maior por causa dos bônus em comerciais, mas o rapaz responde que não ganha nada com comercial e só faz “show pra caramba porque não ganho mesada do meu avô”.

Patrícia replica que também não ganha mesada do pai, e assim segue a brincadeira, até Tiago se dar conta de que está numa saia justíssima: se falar mal do SBT, fica sem herança, se falar mal da Globo, pode ser demitido, e “ir pra uma Record não vai dar”, arremata.

O “Lady Night” volta mais azeitado que nunca. Livre para acelerar mil palavras por minuto, com ênfase para as frases mais capciosas (que ninguém deve mesmo entender), Tatá faz no Multishow o que Fábio Porchat não tem permissão para fazer na Record. Os entrevistados agradecem e destravam a língua. Certos de que tudo não passa de um grande besteirol, falam coisas que não falariam em outra ocasião.

Questionada se fica nervosa para gravar com o pai, Patrícia diz: “Fico nervosa mais pelas besteiras que ele fala”. Bingo.

Quando Tatá quer saber se o pai anda de cuecas pela casa, a filha número 4 responde que ele às vezes circulava em casa com uma cueca que segurava as partes, usada para correr na esteira. “Silvio Santos corria numa esteira com uma cuca que segurava as partes”, repete a apresentadora.

Patrícia também se submete a uma versão do quadro do Foguete, lendária brincadeira do “Programa Silvio Santos” em que alguém do auditório colocava um fone de ouvido e ficava dentro de um foguete, sem ver e ouvir o que o animador perguntava, tendo de responder apenas “sim” ou “não” quando se acendia uma luz vermelha dentro da cabine. “Você demitiria o seu pai?”, pergunta Tatá. “Siiiiim”, responde Patrícia. “Você acha que seu pai é melhor que o Raul Gil?” “Nããããão!”, fala a convidada. “Você trocaria toda a sua fortuna, do seu pai, da sua mãe, de suas irmãs, por um carnê do Baú vencido?” “Siiiiiim!”

Ao final do episódio, para selar as pazes entre tia e sobrinho, SBT e Rede Globo, Tatá, Patrícia e Tiago cantam, juntos, a letra da tradicional canção de fim de ano da Globo, “Um Novo Tempo”, com o hit que embalava a entrada dos jurados no “Programa Silvio Santos” – “lara-laiá-laiá-lala-la-lalaiá-laralaiá-laiá-laralaiá…”.

A edição reserva ainda algumas caneladas em outras figuras. Luciana Gimenez é descrita como “apresentadora medicada” que se limita a criar polêmicas. E no início do programa, recebida pela voz de Cid Moreira, Tatá se vê conformada com a modéstia de seu cenário e banda, ao ouvir do ex-apresentador do “Jornal Nacional” que ela pelo menos tem ótimos convidados – ao contrário de Luciana Gimenez.

Boninho é achincalhado, com imediato pedido de desculpas de Tatá, quando ela pergunta a Tiago: “Por que você não faz algum programa do Boninho e levanta o ‘Vídeo Show’?” “Fica a dica”, responde Tiago, em diálogo de frases cantadas.

A própria Tatá ri de si, ainda no início da edição, enquanto conversa com Cid Moreira, dizendo que “a Globo” a “obrigou a fazer novelas”, mas ela não queria. O locutor responde que sabe disso, teve oportunidade de ver, mas não quis. “Nem eu”, diz ela. A novela, no caso, foi “Deus Salve o Rei”, que não foi nenhum desastre de audiência para a Globo, mas enfrentou várias controvérsias sobre sua concepção.

E tem também Daniel Furlan, colunista da Folha, e Marco Gonçalves, acertos das temporadas passadas, que nesta volta se fantasiam de “Pablo”, aquele do “Qual é A Música?” – piada ótima para quem tem mais de 30 anos, devo avisar.

A produção é da Floresta, com direção geral de Lilian Amarante.

Na boa? Vale muito a pena ver o “Lady Night”, e por mais que eu dê spoilers aqui, nada se compara à sensação de assistir ao show que ali se apresenta. Recomendo e quero mais.

Na TV, vai ao ar de segunda a sexta, às 22h30. São 25 episódios, com mais de 40 convidados, incluindo os especialistas (de verdade) que encaram a loucura da apresentadora. A lista de famosos inclui Alok, a dupla Anavitória, Grazi Massafera, IZA, Lázaro Ramos, Maiara & Maraisa, Paolla Oliveira, Reynaldo Gianecchini, o grupo Rouge, Rubinho Barrichello e Susana Vieira.

As duas primeiras temporadas também estão disponíveis no Multishow Play e no NOW, onde o “Lady Night” já ultrapassou 10 milhões de streamings.

 

 

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Cristina Padiglione

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