Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Galinha Pintadinha supera Lady Gaga na web e negocia com a TV aberta

Sucesso absoluto na internet, a Galinha Pintadinha está prestes a fechar um contrato para chegar à TV aberta – e não é pelas paródias do “Tá No Ar”, da Globo, mas sim com seus vídeos originais.

Segundo Juliano Prado, um dos fundadores da grife, os episódios que estarão na TV já foram exibidos pelo YouTube. Não há uma produção exclusivamente destinada à emissora que negocia com a Galinha.

Pelo cenário de cada TV aberta atualmente, a Galinha teria mais potencial para integrar a grade do SBT ou da TV Cultura, mas Juliano se desculpa: “não é por nós, mas ainda não podemos divulgar”, disse, em entrevista ao Telepadi. O acordo deve ser assinado em até duas semanas.

Após bater a cantora Rihanna, como o canal musical com mais vídeos (30 no total) acima de 100 milhões de visualizações no YouTube, a Galinha Pintadinha ultrapassou ninguém menos que Lady Gaga (9,5 milhões) em número de inscritos, alcançando 10 milhões de cabeças.

Presente no menu da Netflix, a Galinha é hoje uma das marcas infantis mais bombadas do planeta, em especial para crianças em idade pré-escolar (até 6 anos).

Ainda para este ano, Juliano antecipa que a franquia se estenderá a um espetáculo tipo pocket, em versão itinerante, que possa viajar pelo país sem as restrições que normalmente emperram o circuito de uma grande produção teatral.

Como já acontece com todo o conteúdo de internet atualmente, a Galinha é mais acessada por celulares do que PCs ou tablets, mas Juliano se surpreende com o crescimento desenfreado de um segmento em especial: as Smart TVs.

Convém tomar essa informação como termômetro de uma tendência que se acelera no caminho da TV sob demanda. Quem tem uma Smart TV em casa já passa mais tempo no streaming do que na TV linear.

Agora, faça as contas: é praxe que a venda de novos televisores aumente em ano de Copa do Mundo, e quem for hoje comprar um aparelho que lhe dê up grade certamente optará por uma Smart TV. Mas, passado o mundial, o consumidor tende a explorar melhor os recursos de streaming e a interminável lista de opções para fugir da TV linear, disponível no menu da nova tela. Ou seja, ele chegou ao novo aparelho seduzido pela TV linear, mas há de trocá-la com facilidade pela programação sob demanda após o fim do mundial. Não é irônico?

É claro que os canais mais competentes já têm suas plataformas de streaming disponíveis no menu sob demanda das Smart TVs, Apple TV e afins. De todo modo, as opções transbordam o controle remoto da TV linear, e a própria trajetória da Galinha Pintadinha indica o quanto a internet tem absorvido de atenção do espectador.

Diante desse cenário, a fragmentação da audiência é inexorável e irreversível.

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Cristina Padiglione

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