Galvão, Casão, Naves e Falcão reeditam clássico em noite de clássicos, na Band

Em noite de revivals, a estreia da nova versão de “Vale Tudo” na Globo será sucedida pela volta de Galvão Bueno e seus melhores parceiros de debate futebolístico, obra de gente que não tem medo de se posicionar e muito menos de divergir do colega ali mesmo, cara a cara, no mesmo cenário. É só mudar de canal às 22h30.
Galvão volta ao formato do Bem Amigos, encontro que fez história no SporTV, agora pela TV aberta, via Band, com seu time do coração, a saber: Walter Casagrande Jr., Mauro Naves e Paulo Roberto Falcão, tendo como convidado de estreia ninguém menos do que Ronaldo Fenômeno, o homem que consagrou o interminável “erre” de Galvão à frente das mais emocionantes – e saudosas – narrações do titular do programa.
Como Bem Amigos é título pertencente ao Grupo Globo, a escolha para a nova versão da mesa esportiva foi “Galvão e Amigos”. Mas o título que fez a fama desse grupo ao longo de duas décadas no SporTV só não pode ser usado no nome oficial ou no logotipo. No discurso do homem, não há como evitar. Galvão já adianta que vai falar “Bem, amigos” sim e à vontade, apenas tendo o cuidado de trocar o nome da emissora na hora de pronunciar a saudação.
E se uma novela pede um zilhão de cuidados para ser colocada de pé, uma mesa redonda com experientes profissionais da bola só precisa que o acaso beneficie sua pauta. A desgraça do Brasil em campo, de alguma forma, já garante o interesse pela conversa. Ainda na semana passada, tivemos a mais desastrosa performance da seleção brasileira diante do rival argentino – e não sou eu, uma Zé Mané em conhecimento de futebol, que diz isso, e sim a maioria dos especialistas sobre o assunto, incluindo o próprio Galvão e o franco Casagrande.
À desgraça do placar, seguiu-se a demissão de Dorival Junior do posto de técnico. E, para coroar a edição de estreia, temos ainda Ronaldo, craque dos campos e nos negócios de esporte, em sua primeira conversa entre gente grande depois de ter desistido da candidatura prévia ao comando da CBF.
Ou seja, assunto não falta.
A retomada de Galvão e seus amigos permitirá que o espectador perceba o contraste entre profissionais que não vivem de fazer firulas ou passar pano para os amigos em campo, e gente que de fato se posiciona, que arca com o ônus da opinião e que, por isso mesmo, merece ser ouvida. É de se apostar que vai ter muito órfão desse grupo satisfeito em reencontrá-los na TV aberta.
Ainda que Galvão, Casão e Naves não tenham deixado de trabalhar após terem saído da Globo – muito pelo contrário -, voltar a ver os três juntos, somando aí a sabedoria e elegância do Rei de Roma, Paulo Roberto Falcão, é cena que se desenha de modo promissor para discutir futebol com categoria na TV. Já que a camisa verde-amarela anda tão em baixa, que ao menos o time de analistas nos salve do Rivotril.