Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Longe da lei eleitoral de 2018, ‘GregNews’ mira ano ‘menos pior’ em edição extra: é hoje, na HBO

Gregório Duviver fará 2ª temporada do 'GregNews' em 2018, com mais 20 programas para a HBO

“Seria muita cara de pau fazer retrospectiva quando a gente tem todos os programas disponíveis no HBO GO (e um recorte no YouTube, ao alcance de todos os mortais) e as pessoas podem ver o que elas quiserem”, explica Gregório Duvivier, colunista da Folha, ao TelePadi, sobre o especial que a HBO leva ao ar hoje do “Greg News”.

Criado no encalço do “LastWeek Tonight”, que John Oliver faz na HBO americana, o “Greg News” teve sua primeira temporada exibida este ano e já tem segunda safra certa para 2018, ano de eleições e Copa na Rússia. E se este ano ano o humorista trafegou com liberdade para abordar questões brasileiras, inclusive mencionando nomes e sobrenomes de alguns males nacionais e mundiais, a lei eleitoral brasileira ainda deixa algumas dúvidas para o departamento jurídico da casa em 2018.

“No México, vamos ter eleições no ano que vem e o programa, lá (conduzido por Chumel Torres) não vai sofrer qualquer alteração. Aqui, ainda não estudamos esse assunto”, disse Rios.

A edição de hoje, conta Greg, tem o propósito de mostrar para as pessoas as perspectivas que 2018 pode trazer para as pessoas. “Como podemos ter um ano menos pior”, diz.

Gravado no Teatro Leblon, com 300 pessoas na plateia, o programa trouxe um clima “mais caloroso” que os demais, gravados em estúdio, completa o apresentador. “Sou ator de teatro, gosto de teatro, é outra coisa”.

Greg e Rios apostam nos fatos e no departamento jurídico da HBO para manter a crítica bem afiada aos problemas brasileiros. Utilizando-se de informações, sem xingamentos e com humor bem construído sobre sarcasmo e inteligência, o programa encerrou sua primeira temporada sem um processo judicial sequer. Isso endossa o quanto é possível mexer em vespeiros que muita gente evita, sob o pretexto do temor judicial.

“A gente fala inclusive nomes, e não só de problemas, e tem liberdade total, não tem menor problema do ponto de vista editoral. Quando se fala no problema Bolsonaro, chegamos naquele momento em que o que a gente fala não é mais um pessimismo, não é um apocalipse, é uma perspectiva realista e temos que pensar em como impedir essa tragédia de acontecer, independentemente da polarização, é um fenômeno meio parecido com o (Donald) Trump, é alguém que faz apologia ao estupro”, fala Greg. “A gente tem um departamento jurídico bastante eficiente”, completa.

“A gente tem uma postura que não é xingar, é ter inteligência editorial, com uso do humor e dos fatos. Temos um bom trabalho de pesquisa de informação e tentamos usar isso com sarcasmo, sátira, paródia, elementos que graças a Deus são utilizados há 700 anos”, arremata Rios.

A plateia da poltrona agradece.

Gregório não esconde ser de ideologia à esquerda, o que lhe dá uma chancela de honestidade intelectual que seus adversários não têm, ao alegar isenção ideológica. Independentemente de sua opção, que não tem medo da autocrítica, faltam programas de TV capazes de abordar questões de interesse público com informações que nem sempre são bem difundidas pelos noticiários, aqui acrescidas da capacidade para rirmos de nós mesmos.

O “GregNews” extra vai ao ar nesta sexta, dia 15, às 22h, na HBO, e estará disponível pouco depois na HBO GO, com direito a edição mais reduzida no canal do programa no YouTube, a partir deste sábado.

 

 

 

 

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