Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Cheio de orgulho hétero, Jesus de Greg Duvivier volta e expõe hipocrisia cristã

Thati Lopes e Fábio de Luca vivem os fiéis que estranham os novos hábitos do senhor, vivido por Gregório Duvivier / Reprodução

Jesus, na pele de Gregório Duvivier, está de volta. No lugar do sensível filho de Deus do especial do Porta dos Fundos de 2019, atacado por intolerantes que não seguraram a onda de admitir a possibilidade de o personagem gostar de garotos, a versão do esquete lançado no canal do grupo na véspera deste Natal traz um herdeiro doentiamente orgulhoso em ser hétero.

Jesus agora veste camisa e bermuda de grife, e calça sapatênis. Luta só para se exibir e, à moda do filho 02 do presidente, sente satisfação em mostrar a arma por baixo da camisa.

Cristo vem vestido como os intolerantes que dizem adorá-lo, mas a exposição da hipocrisia não para por aí e reserva boa surpresa para o final, quando surge um ser de túnica, negro, vivido por Yuri Marçal, anunciando-se como o verdadeiro Jesus Cristo. O que esperar dos dois fiéis, vividos por Thati Lopes e Fábio de Luca, que até um segundo antes estavam questionando os novos hábitos do Senhor?

É um bom tapa na cara de quem lê a Bíblia de acordo com seus anseios e ressentimentos nada cristãos. E não havia melhor maneira de se despedir de um ano como 2020.

O enredo está entre os vídeos curtos do grupo de humor em seu canal no YouTube, que este ano também trouxe o especial de fim de ano de Natal, com duração de 90 minutos, “Teocracia em Vertigem”, uma referência ao documentário “Democracia em Vertigem“, de Petra Costa, finalista ao Oscar de 2020 nesta categoria.

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Cristina Padiglione

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