Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Júri deixa para o público decisão sobre vitória de Ícaro Silva no ‘Show dos Famosos’

Cena top das coreografias da final do 'Show dos Famosos': Ícaro Silva, o vencedor, reproduz truques de Michael Jackson

Miguel Falabella, Claudia Raia e Silvio de Abreu deram nota 10 aos quatro finalistas do “Show dos Famosos”. Deixaram a decisão sobre o vencedor a cargo da plateia e do auditório. Deu Ícaro Silva, o menos conhecido dos quatro (Samantha Shmütz, Nelson Freitas e Luíza Possi completam o time).

Lembrando que Ícaro também foi, na semana passada, o dono da nota mais alta do público, a cotação popular dessa vez era quase previsível, mas ele bem mereceu.

Os quatro tiveram de fato performances quase irretocáveis. Ícaro, como Michael Jackson, e Nelson, como James Brown, alcançaram, na soma total de esforços (caracterização, voz e coreografia) um resultado superior aos das meninas. Faço apenas a ressalva de que a canção escolhida por Ícaro, “Smooth Criminal”, está longe de figurar entre as dez mais populares do astro pop e nem exibe todo o potencial vocal do cantor, o que ele tentou explicar a Cláudia Raia: esse era o Michael que ele conheceu, já de rosto desfigurado.  Além disso, a coreografia era bem mais complexa do que nos idos de “Thriller” (“que seria muito mais fácil”, reconheceu Cláudia Raia).  Valeu mesmo pela coreografia inacreditável e realmente superior às demais, com destaque para o passo em que o corpo todo do cantor se inclina para frente, ereto, sem que os pés saiam do lugar e ele não despenque (foto). “Como você faz aquilo?”, quis saber Silvio de Abreu. “Não conta, não, é segredo!”, interveio Cláudia Raia.

Como Cher, Samantha, que na semana passada discordou de Falabella, recebeu dele todos os elogios e quase um pedido de desculpas, com uma rosa e o mais importante: nota 10. O jurado não fez jus ao título de “Loura má”, ou não nesse momento. Luíza escolheu ser Shakira, numa mistura de música caribenha com dança do ventre e tapetes persas. No saldo final, todos muito bem, lembrando que a noite reservou ainda apresentações extras, fora da competição, com Fafá de Belém (como Roberto Carlos), Eriberto Leão (como Zé Ramalho) e Emanuelle Araújo como Sidney Magal.

Que venham outras edições. Os candidatos foram não só muito bem em suas escolhas e representações, mas também nos discursos engajados, em nome da cultura nacional, da inspiração por dias melhores diante da descrença na política nacional, e não se estenderem para além da conta que atrai a atenção do público. Palmas para eles. A situação dos artistas no Rio e do Theatro Municipal da cidade foi mencionada por Ícaro, nesta final, e na semana anterior, por Samantha. Como bem disse a atriz/cantora, quem tem um microfone, hoje em dia, tem mais é que se manifestar. Ainda nesta edição final, Eriberto aproveitou a letra de “Vida de Gado”, de Zé Ramalho, para encorajar o povo a se posicionar.

Foi bonita, a festa, pá.

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Cristina Padiglione

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