Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Marcelo Tas comanda reality de inventores inédito no Discovery

Rita Wu, Marcelo Tas, Edgar Andrade e Ricardo Cavallini / Divulgação

Visitamos, para este TelePadi e o canal Talk TV, com exclusividade, o set do “Batalha Makers”, novo reality show criado no Brasil, pela produtora Academia de Filmes, para o Discovery. Diferentemente de outros realities, “Batalha Makers Brasil” não mira um único talento em seus participantes: trabalha com o desafio do “Faça-Você-Mesmo” (DYI = Do It Yourself).

A estreia é bem hoje, às 18h, com apresentação do multimakerTV Marcelo Tas, e vai ao ar todos os domingos, no mesmo horário.

A visita, que já deveria ter sido relatada aqui, aconteceu há meses, uma antecedência necessária, dada a complexidade do programa. A proposta é que um time de participantes construa variadas invenções dentro de um estúdio, a partir do zero, em um leque que inclui marcenaria, tecelagem, robótica, informática e um pouco mais. Algumas provas duraram mais de 24 horas, o que pede uma equipe no estúdio que se reveze e alguma pausa para descanso para os participantes.

Na ilha de edição, duas roteiristas vão acompanhando permanentemente o que vai ocorrendo no estúdio, um grande galpão onde tudo acabou sendo engolido como cenário. Houve até um participante que cortou um latão que não era exatamente parte do cenário para transformá-lo em uma cadeira.

Impressora 3D, serras, pranchetas de trabalho, tudo se mistura, com uma poluição sonora de autênticas construções.

“A gente tem um guia que vai sendo alterado já na reunião. Aí, vamos para a realidade, aqui muda tudo”, conta-nos Tas em visita guiada pelo estúdio da produtora Academia de Filmes, em São Paulo, onde a equipe e os candidatos passaram 40 dias quase internados. “Aqui temos as duas roteiristas, que estão aqui assistindo a tudo como se fosse um programa já, e vão trazendo as informações para mim e para o Fábio (Ock, diretor do programa) e a gente vai criando outras cenas baseado no que rolou. A gente planeja uma coisa e acontece outra, e vai construindo o tempo todo o próprio programa. Eu nunca tinha feito isso”, conclui o apresentador.

Há duas semanas, ao vermos a primeira edição pronta, na sede da Discovery, constatamos que de fato Tas não se parece com aquele cara que fazia o “CQC”, na Band, nem com o apresentador do “Vitrine”, da TV Cultura, e muito menos com Professor Tibúrcio, Telekid ou Ernesto Varella, personagens do mesmo intérprete. A pegada no “Batalha Makers” pede mais seriedade, sem perder a leveza, mas é preciso que o apresentador tensione o público em alguma medida próxima à da tensão do participante.

“Se você não traduzir a complexidade daquilo, se o telespectador não perceber isso, não tem graça. O público tem que entender o drama que é, para o participante, ter só um minuto para terminar a programação dele, ou tudo aquilo que o sujeito demorou horas pra fazer não vai funcionar. Hoje teve uma prova de construir um instrumento musical, foi uma prova bem difícil.”

Fábio Ock, Tas faz questão de ressaltar, é profissional do teatro, e traz para o programa essa experiência de dramaturgia, de narrativa e de quem sabe contar uma história.

A equipe produzia, por dia, por 40 dias, um material de cerca de 40 teras, um zilhão de toneladas de imagens que foram cirurgicamente editadas para caber em oito episódios de uma hora cada.

Os participantes, que têm entre 19 e 50 anos e possuem diferentes habilidades, vão encarar batalhas individuais e desafios em grupo. Ao final de cada programa, um maker é “deletado”. A decisão de quem será eliminado fica por conta do trio de jurados: a designer Rita Wu e os educadores makers Edgar Andrade e Ricardo Cavallini.

Os jurados, também tratados ali como consultores, auxiliam os candidatos na tarefa de multiplicar suas habilidades. Afinal, não se pode exigir que um sujeito que produza uma roupa seja igualmente capaz de fazer um instrumento musical ou um móvel, e esse é o grande barato da competição.

O prêmio final, R$ 50 mil, está longe de pagar por tamanho esforço, mas quem se aventura a encarar tanto perrengue definitivamente não tem na vida os mesmos objetivos de “wanna be famous” de um “Big Brother”. Tomara que os anunciantes enxerguem nesses candidatos habilidades merecedoras de premiações maiores do que aquelas destinadas ao pessoal do BBB ou da “Fazenda”.

Convém conferir a “ficha” de cada um:

  • Ana Borba– Engenheira Civil e especialista em Upcycling, 47 anos
  • Deriel Huber-  Estudante de Eng. Mecânica, 24 anos
  • Djalma Ladim– Marceneiro e Designer de Produto, 42 anos
  • Gabriel Checchinato – Estudante de Eng. Mecatrônica, 19 anos
  • Iane Cabral– Designer de Wearables, 29 anos
  • Marcio Okabe – Origamista e Educador Maker, 50 anos
  • Maurício Oliveira– Prof. Arquitetura e Urbanismo, 36 anos
  • Febronio – Cenotécnico e Artista Audiovisual, 45 anos
  • Rafael Arevalo– Maker, 31 anos
  • Sol Santin– Artista Multimídia e Maker, 46 anos

Confira abaixo minha visita aos estúdios e a conversa com Marcelo Tas para o canal Talk TV.

Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter

Cristina Padiglione

Cristina Padiglione