Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Na série ‘3%’, o rico Maralto fica em Inhotim e o Continente, ao lado do Templo de Salomão

Vem aí a 2ª temporada de “3%”, a primeira série brasileira a merecer atenção – e um pouco de verba – da Netflix.

Nesta 2ª temporada, que estreia no próximo dia 27, o Museu de Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais, abrigou boa parte das gravações das cenas referentes ao Maralto, lugar bacana para o qual apenas 3% das pessoas têm o direito de viver, após serem submetidas ao Processo, uma rigorosa gincana cujo fracasso pode ser pago com a própria vida. Isso foi antes que o criador e titular do museu, Bernardo Paz, fosse condenado à prisão por lavagem de dinheiro, pelas fraudes financeiras de que foi acusado.

O TelePadi não foi a Inhotim. Teve sua sorte selada em cenário mais complexo e popular, o Continente, onde vive, afinal, 93% da população desse mundo distópico criado pelo jovem roteirista Pedro Aguilera. E o Continente fica ali no Brás, em uma grande fábrica desativada, cuja vizinhança é sufocada pelos altos muros do Templo de Salomão, a matriz da Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo.

Mas esta é uma informação de bastidor. É evidente que não se verá um triz do templo em “3%”, cujas gravações na fábrica foram todas protegidas por adereços e ângulos das câmeras. Produtor da série, pela Boutique Filmes, Tiago Mello faz um tour com o pequeno grupo de jornalistas convidado a visitar aquele set, incluindo esta que vos escreve, e conta que o local abre possibilidade para vários cenários. Explica, por A + B, todo o trabalho de “maquiagem” feito em janelas de vidros, colunas e até piso, para dar ao Continente o aspecto que se espera dele.

Reciclagem e objetos largados por aí, como televisores de tubo em frangalhos, foram úteis à decoração do pedaço, mas é preciso dizer que a equipe encontrou toda a base do Continente praticamente pronta na referida locação.

Joana e ‘A Causa’, em gravação na fábrica desativada que abrigou a equipe por vários dias, no Brás, São Paulo

Mais alguns minutos, e vamos encontrar alguns dos atores da série. Você só reconhecerá Fernanda Vasconcellos, por exemplo, novo nome na série, por meio de sua voz. Agora loira, de cabelos bem curtinhos, ela está irreconhecível.

“Esses personagens desencadeiam novidades para a trama. Elas se complementam. Isso faz parte do desenrolar da história, bacana é ser surpresa”, adianta, muito entre dedos, a atriz. Quando lhe perguntam como é trocar uma empresa em que trabalhava para atender a sucessivas escalações de elenco, sem muita manobra de escolha (a Globo) e a possibilidade de escolher o que fazer, como ocorre agora com a Netflix, onde tem contrato só por obra definida, ela não se esquiva: “No meu ponto de vista, foi uma escolha. Trata-se de uma empresa que trabalha com a diversidade de conteúdos, isso aumenta a minha liberdade criativa, você não fica preso a responder a um ibope, e sim a uma qualidade artística, focada na diversidade.”

E completou: “Todos os personagens da série não são o que parecem ser e em algum momento eles vão se confrontar com o seu próprio padrão moral, isso é bem interessante, é nebulosa, essa linha entre o bem e o mal, como na vida, se confrontando com o que você acredita ser um padrão moral.”

Outros atores se empenharam em preparação física que inclui artes marciais, manuseio de facões e até aulas de tiro.

 

 

 

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