Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

No mundo de todas as telas, o que vale é o conteúdo, reforça Globosat em evento

Fábio Porchat,
Fábio Porchat conduz com maestria as ótimas histórias do novo programa do GNT / Divulgação

Em tempos de franca perda de assinantes na TV paga, efeito de crise econômica aliado ao crescimentos dos serviços de streaming, programadoras como a Globosat e a Discovery têm anunciado aos quatro cantos que navegam contra a correnteza, isto é, ganham audiência, apesar da perda de assinantes. É como se os pagantes remanescentes desse tipo de serviço fossem aqueles que mais se interessam pelo conteúdo ali apresentado, com engajamento que realmente faz a diferença para quem desfila nessa tela.

Mas de que tela estamos falando? A Globosat promove nesta quinta-feira (10), no Golden Hall, em São Paulo, uma festona para o mercado publicitário, com shows de grandes grifes nacionais em meio a um mergulho nas propostas e conteúdos de seus canais.

“Nunca estivemos tão bem de audiência e a TV está hoje em todos os lugares. O conteúdo curado e de qualidade se espalha, gera conversa, engajamento, modela e é modelado pela sociedade. A TV tem passado, presente e futuro. O nosso desafio é ser pauta e conversar com as pessoas. Cada vez mais escutamos e falamos juntos”, aposta Manuel Falcão, diretor de marketing da Globosat.

O evento promoverá um revezamento de shows e apresentações curtas de seus talentos, com um time que inclui Anitta, Gaby Amarantos, Ivete Sangalo e as estrelas de “Autênticas”, Lexa, Pabllo Vittar, Luisa Sonza e Lellê. Os apresentadores Fabio Porchat, Rodrigo Hilbert, Andrea Sadi, Titi Müller, protagonista do melhor meme do Rock In Rio, também estarão presentes,

Gilberto Gil, que apresenta uma bela série no Canal Brasil, vai cantar com a neta, Flor Gil, filha de Bela Gil, que faz parte do cast do GNT.

Todas as apresentações miram um meio de mostrar ao anunciante como um conteúdo relevante e que extrapola plataformas gera conversa, cria contexto, inova e traz resultado. É o tal engajamento, termo que supera a ideia de passividade diante da TV.

Esta é a terceira edição do Conexão Globosat e seu foco é o movimento “TV é o que você quiser”. A TV, como televisor, há tempos não se enquadra mais em uma caixinha, mas cerca de 92% dos brasileiros veem TV e as pessoas passam cada vez mais tempo na frente das telas –  6h18 por dia, em média, segundo as pesquisas mais recentes do instituto Kantar Ibope.

UMA SÓ GLOBO

Todo esse barulho está bem inserido no lema de “Uma só Globo”, lançado pelo grupo Globo no ano passado, que se destina à união dos braços da empresa em favor dessa migração de telas, da TV ao computador ou celular, sem abandonar o conteúdo televisivo. A TV Globo aberta, que por anos “sustentou” o crescimento das outras telas, deixou de se colocar em pedestal para absorver boas iniciativas vindas dos canais fechados.

O “Lady Night”, de Tatá Werneck, é o melhor exemplo de “Uma só Globo” na prática, e Tatá só não estará no evento para não correr o risco de dar à luz em plena balada da turma do marketing. Criado pelo Multishow, o programa só chegou à TV aberta quando já estava na 3ª temporada pela TV paga.

Outro caso muito bem-sucedido é a “Escolinha do Professor Raimundo – Nova Geração”, criada para o canal Viva já com parceria definida co a TV aberta. A temporada mais recente já sofreu uma redução de intervalo entre sua exibição no Viva e na Globo, aproximando as janelas de TV paga e gratuita.

Tem ainda o “Só Toca Top”, visto no Multishow na véspera de sua exibição pela Globo.

Outros exemplos são Marcelo Adnet imitando locutores no SporTV e o Globoplay firmando parcerias de séries com Multishow (na ótima “A Divisão”) e GNT (na retomada de “Sessão de Terapia”), com vários outros projetos a seguir.

Aos anunciantes, o grupo tem batido numa tecla inegável: a Globo é hoje o conglomerado que melhor pode expor um produto para o maior número de consumidores ao mesmo tempo, feito que foi exibido com um comercial da Renault protagonizado por Bruno Gagliasso em todos os canais do grupo, pagos e aberto, além de G1, ao mesmo tempo.

Conexão Globosat, avisa a programadora, é uma experiência e um convite ao mercado publicitário, na linha “Deixa o conteúdo te levar”.

DA TV PAGA AO STREAMING

Programadoras nascidas e criadas no âmbito da TV por assinatura têm incrementado suas plataformas de streaming sob demanda. Hoje, os canais pagos da Globo têm toda a sua programação disponível na internet, com acesso a quem paga para ver TV linear. Além disso, quase todos os canais pagos, até os mais caros, dispõem de conteúdos não pagos e disponíveis no Youtube. MTV Brasil e até HBO (caso do semanal ‘Greg News’, amplamente compartilhado nas redes sociais) nunca tiveram tantas cenas abertas a todos os mortais. É um meio de atrair novos consumidores, seja qual for a tela.

“O que é concorrente? Eu mesmo não sei te responder”, me disse Manuel Falcão, diretor de marketing da programadora da Globo, por meio de uma videoconferência em que conversamos sobre o Conexão Globosat e sua proposta.

Até o fim do ano, a promessa do grupo é fazer sumir do mapa o CNPJ da Globosat e do selo Som Livre, unificando até na contabilidade a proposta de “Uma só Globo”.

Falcão não descarta, de acordo com o rumo a ser tomado por iminentes mudanças na legislação, que os conteúdos de canais como GNT, Multishow, Off, Gloob ou GloboNews venham a ser distribuídos em breve também com opção única de pagamento por streaming, como faz a HBO com a HBO GO, ou seja, o sujeito passa a ter a opção de receber os canais por meio de uma operadora de TV ou apenas por um custo solo pela internet, dando ao consumidor a oportunidade de montar seus menus de conteúdos televisivos que lhe chegam via internet. “Respeitando a legislação, todo modelo tem que ser avaliado”, reconhece Falcão.

Para Falcão, o que deve ser priorizado é o “fácil acesso”, a chance de o espectador encontrar com facilidade o que quer.

 

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Cristina Padiglione

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