Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Nova série da Globo, ‘Filhos da Pátria’ reproduz frases atuais no contexto da Independência

Alexandre Nero, Fernanda Torres e Johynny Massaro fazem selfie durante as gravações de 'Filhos da Pátria', nova série da Globo

“Primeiro a gente tira o Pedro. Depois a gente vê”: frase que foi bastante ouvida este ano no Brasil, trocando apenas o nome “Pedro” por “Dilma”, o texto em questão está no primeiro clipe feito pela Globo para anunciar “Filhos da Pátria”, série já em gravação, prevista para setembro (mês da pátria) de 2017.

De Bruno Mazzeo, com direção de Maurício Farias, o enredo promete ser divertido pela tragédia ali embutida: a certeza de que somos o país das manobras e do jeitinho desde sempre. Os dois falaram sobre o programa durante um dos painéis da Comic Con, em São Paulo.

Johnny Massaro faz uma espécie de malandro à moda local, sujeito pouco afeito a estudos, mas louco para se dar bem, que coordena o “Fora Pedro!” logo após a Independência do Brasil, tendo pela frente uma promissora carreira de deputado constituinte. O personagem é filho de um casal de gênios da dramaturgia: Fernanda Torres e Alexandre Nero. Ela, como explica o diretor em conversa com o TelePadi, é uma espécie de “Lady Macbeth, capaz de empurrar o marido para o crime”. Ele, um português que veio para o Brasil ainda pequenino, tinha a função de organizar a correspondência entre Portugal e Brasil. Quando Dom Pedro proclama a Independência, ele se vê sem função. Consegue ficar no Brasil, mas “será obrigado a entrar numa série de esquemas e terminará roubando, se corrompendo”, antecipa Farias.

Embora apareçam como protagonistas da série, Nero e Fernanda serão, na verdade, os “grandes vilões”, emenda o diretor. “Os heróis são a Jéssica Ellen, o Sérgio Loroza e o Flávio Bauraqui, que representam o povo, são os personagens mais críticos a esses personagens”. Fernanda sugere ao filho preguiçoso que “daqui a 200 anos esse episódio da independência do Brasil poderá ser muito estudado nas escolas”.

Da malandragem aos bastidores políticos, o tom provocador da série entrega identificação absoluta com o momento atual. Serão 12 episódios semanais, com perspectivas de outras temporadas. “Uma segunda ou terceira temporada podem ter o mesmo elenco e retratar outros períodos da nossa história. Podemos voltar a 1950 ou na Proclamação da República, por exemplo.”

 

Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter

Cristina Padiglione

Cristina Padiglione