Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Produtores e roteiristas de ‘Game of Thrones’ comentam o último episódio da 7ª temporada

Jon Snow e Daenerys: incesto já é uma prática em GoT

David Banioff e D.B. Weiss, produtores executivos e roteiristas de Game of Thrones fazem uma varredura no 7º e último episódio da 7ª temporada da série, encerrada neste domingo, para iniciar então seu mais longo hiato, até a safra derradeira, prevista para 2019. Portanto, se você ainda não chegou lá, pare de ler este post imediatamente e não veja o vídeo dos roteiristas aqui linkado – a não ser que você goste de spoilers.

Pense se um fim em 2019 não é tempo demais? Pense que o Brasil já terá realizado novas eleições presidenciais e para governos de estado, legislativo e tal, quando Jon Snow (Kit Haringtone) Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) se apresentarem novamente para nós. Pense que só daqui a um ano e meio, no mínimo, teremos a resposta sobre o porquê Jon atiçou a nova amada com uma pergunta sobre sua inviabilidade de parir. “Como você sabe?”, ele provocou, pouco antes de bater à porta de seu quarto e consumar o incesto com a tia, desconhecendo ainda tal condição de parentesco.

A despeito de tantas cabeças cortadas e tanto sangue derramado nessas sete temporadas, muita gente, ao redor do mundo, está incomodada com a questão incestuosa. Sim, é verdade que a relação entre os irmãos Cersei (Lena Headey) e Jaime  (Nikoaj Coster Waldau) já deveria ter habituado a plateia a relações consaguíneas, mas o fato de Daenerys ser apresentada como alguém capaz de criar um mundo melhor (como disse Tyrion/Peter Dinklage) neste último episódio daria ao seu incesto um diagnóstico mais severo, por parte da audiência: espera-se mais dela do que de Cersei, se é que a “culpa” pode recair só sobre a mulher. Jaime, afinal, está cada vez mais boa praça, na contramão da arrogância com que foi apresentado na primeira temporada, antes de perder a mão, mas mal consegue contrariar os desejos da irmã amada. Sua resistência em obedecê-la, neste fim de 7ª temporada, pode ser vista como um endosso do bom mocismo.

Que Jon Snow não era filho de Ned Stark (Sean Bean) nós já sabíamos desde a 3ª temporada, quando Bran (Isaac Hempstead’Wright), em uma das primeiras visões como corvo dos três olhos, assistiu à cena do parto de Lyanna Stark, irmã de Ned, que implorou ao irmão que protegesse o bebê, filho de Rhaegar Targaryen (irmão mais velho de Daenerys), ou Robert Baratheon (Mark Addy) o mataria.

Robert foi preterido por Rhaegar e, inconformado em ser trocado, criou a falsa história de que Lyanna havia sido raptada por Rhaegar. Na verdade, soubemos também há dois episódios, quando Gilly (Hannah Murray) lê um dos livrões tomados pelo marido, Sam (John-Bradley-West) da superbiblioteca de Cidadela, onde ele trabalhava, que o casamento de Lyanna e Robert havia sido anulado e ela se casara, em segredo, com Rhaegar Targaryen, o que faz de Jon um filho legítimo dos Targaryen, tio de Daenerys.

Ou seja, toda a guerra do Usurpador, que deu início à batalhas entre os sete reinos, é baseada numa mentira de Robert, o preterido, que depois se casaria com Cersei.

A grande revelação no desfecho da sétima temporada, agora com Bran/Corvo de 3 Olhos e Sam unindo as informações de cada um, é o nome verdadeiro de Jon: sim, ele é Aegon Targaryen, como vários fãs da série já especulavam, graças aos livros de George R.R. Martin nos quais a série da HBO é baseada. Desta vez, o casamento entre Lyanna e Rhaegar foi visualizado por Bran, por meio de uma visão do Corvo de Três Olhos, concretizando, para o espectador, a união oficial entre os dois.

 

Nesse vídeo, os roteiristas comentam os acontecimentos do desfecho da 7ª temporada.

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Cristina Padiglione

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