Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Projeto de série brasileira leva prêmio em festival mundial de TV na França

Ao centro, as brasileiras premiadas em Lilie, na França, pela série 'Amigas' / Divulgação

Tratado como o mais importante festival de TV do mundo, espaço equivalente a um fórum onde se reúnem profissionais e projetos de todos os idiomas para discutir tendências e exibir ideias, o Series Mania criou neste ano a sua primeira premiação, Seriesmakers, ao contemplar três projetos entre dez finalistas peneirados entre 170 títulos inscritos de todos os cantos do planeta.

Foi nesse contexto que um enredo brasileiro foi premiado, o que não é pouca coisa. O evento aconteceu esta semana em Lilie, na França, e consagrou a brasileira “Amigas”, série de direção e roteiro assinados por Beatriz Seigner e Maíra Bühler. A obra está em desenvolvimento e ainda não tem plataforma definida, mas a medalha conquistada em Lilie já amplia sua vitrine para despertar a atenção dos serviços de streaming.

A premiação pretende estimular diretores de cinema a explorarem o universo da TV. As profissionais brasileiras levaram para casa um incentivo financeiro de €20.000 (R$ 113.800,00), cedido pela Fundação Kirch, em colaboração com o Beta Group e a HFF (Universidade de TV e Cinema de Munich).

As outras duas séries vencedoras foram “Yours, Margot” (Finlândia), do diretor Juho Kuosmanen e do produtor Jussi Rantamäki, e “The Invisible Ink” (Bélgica/Uruguai), do diretor César Díaz e do produtor Fernando Epsein.

A seleção dos projetos implicou a realização de uma cuidadosa mentoria com reuniões semanais ao longo de quatro meses, a fim de melhorar cada história, tutoria realizada por um time em que se encontram produtores, roteiristas e diretores de grifes robustas, como  “Game of Trones”, “The Crown”, “House of Cards”, “In Treatmeant”, “The Girl from Oslo”, “Berlim Babilon”, e “Spencer”, entre outros.

A história de “Amigas” gira em torno de cinco amigas que se reencontram na festa de 25 anos de formadas no Ensino Médio. Agora com 40 anos, a vida está muito longe do que elas imaginavam. O encontro desencadeia uma experiência traumática que viveram juntas na adolescência e que precisarão enfrentar para se libertarem no presente.

Beatriz Seigner é a diretora, roteirista e produtora do aclamado filme “Los Silencios” (Brazil, Colombia, França) que estreou na Quinzaine des Realizateurs do Festival de Cannes 2018, tendo sido distribuído em mais de 40 países e vencedor de prêmios como o CICAE dos distribuidores europeus, o Impact Award by Ai Weiwei, do festival de Estocolmo, o de Melhor Direção e Prêmio da Crítica no Festival de Brasilia 2018, Melhor Direção no festival de Cartagena de las Indias, Melhor Contribuição Artística no Festival de Havana, Melhor Filme da
Cooperação Espanhola no Festival de San Sebastian, Melhor Filme do Festival de Nuremberg, Melhor Roteiro e Direção no Festival de Lima, além de uma Menção Honrosa da UNESCO entre outros.

É também diretora, roteirista e produtora dos filmes: “Entre Nós, Um Segredo” (2021) documentário filmado no Mali com os contadores de historias e mediadores de conflitos tradicionais do Oeste Africano; do curta “A Familia de Olga” (2019), que compõe o longa-metragem “Neigbours” (China, Brasil, Russia, India, Africa do Sul), produzido pelo renomado cineasta chinês Jia Zhang-Ke; do longametragem de ficção “Bollywood Dream – O Sonho Bollywoodiano” (2009), que estreou com muito sucesso nos cinemas brasileiros em 2011, depois de ter sido premiado em mais de 20 festivais ao redor do mundo.

Beatriz também trabalhou como roteirista para Walter Salles, Daniela Thomas, Sérgio Machado, Vinicius Reis, Heloisa Passos, Katia Lund e Marilia Rocha tendo também escrito séries para HBO, GNT, e SescTV , com a qual recebeu o premio TAL de melhor roteiro de serie da América Latina em 2013.

Já Maíra Bühler é diretora e roteirista. Seu último filme, “Diz a Ela Que Me Viu Chorar” (2019), venceu o Prêmio de melhor filme na mostra competitiva internacional do festival Olhar de Cinema, o Prêmio Especial do Júri no Festival de Havana o de Melhor Filme Ibero Americano no festival Internacional do Uruguai, foi premiado no Cinéma Du Réel, na França entre outros.

É também uma das diretora s do filme “A Vida Privada dos Hipopótamos” (2014) que estreou no FiD – Festival de Marseille e ganhou Prêmio de Melhor Montagem no Festival do Rio e do documentário Elevado 3.5 vencedor de Melhor Filme Brasileiro no É Tudo Verdade em 2007. Atualmente desenvolve o roteiro de seu próximo filme, “Um Casamento”, premiado pelo Hubert Bals Fund. É também roteirista de séries e ultimamente tem trabalhado em co-produções internacionais com a Gaumont.

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Cristina Padiglione

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