Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Novo especial de Natal do Porta dos Fundos, ‘Teocracia em Vertigem’ denuncia golpe

Fábio Porchat como Jesus. Crédito: Divulgação

O primeiro ponto a saber sobre o próximo especial de Natal do Porta dos Fundos é que houve um golpe por trás da crucificação de Jesus Cristo, que novamente será interpretado por Fábio Porchat, como ocorreu em dezembro de 2018.

Já que a edição daquele ano faturou o Emmy Internacional como melhor comédia do mundo, tendo o filho de Deus retratado como um mau caráter sem que isso gerasse atentados contra a produção, o grupo achou por bem apostar em Porchat como pé quente para o papel.

No ano passado, o Jesus de Gregório Duvivier, muito gente boa, foi crucificado nas redes sociais e motivou tentativas de censura na Justiça, sem falar no atentado contra a sede da produtora, tudo pelo singelo fato de gostar de meninos.

Agora, a conclusão de que Jesus foi parar na cruz em consequência de um golpe poderá ser atestada (ou contestada) por meio de 25 depoimentos sobre o episódio, o que inclui gente que acredita nesta versão, mas também os negacionistas, capazes de rejeitar as evidências científicas acerca de fatos e ideias devidamente comprovadas.

Documentarista indicada ao Oscar por “Democracia em Vertigem”, Petra Costa faz participação especial na edição para contemplar um desses 25 depoimentos, em uma lista que se encerra com a palavra do próprio Jesus, abordando a conspiração da crucificação. Há aliados e opositores, gente que acredita e gente que refuta as teses do golpe, desde o julgamento com Barrabás até a ressurreição.

Haverá ainda quem tente saber por que, afinal, depositaram 89 mil moedas na conta da ex-mulher de Judas.

A despeito dos torcedores deste ou daquele time, Jesus não representa alguém do momento, avisa Fábio Porchat ao blog. Jesus da “Teocracia em Vertigem” não é Lula, não é Dilma, não é Bolsonaro. É uma mistura de todas as características , de todos os acontecimentos políticos do Brasil e do mundo. do impeachment de Dilma Rousseff até aqui.

Apóstolos mencionarão as figuras de “01”, “02” ou “03”, mas outros lembrarão ainda do “Tchau, querido” e de um leque de referências de lados distintos do nosso tempo.

Diferentemente dos dois especiais anteriores, lançados pela Netflix, este estará disponível apenas no YouTube, ao alcance de todos. Com 16 milhões de assinantes em seu canal, a trupe preferiu ter o controle da distribuição sobre a produção

 

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Cristina Padiglione

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