Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Remasterizada, ‘O Auto da Compadecida’ completa 20 anos e volta à tela da Globo

Selton Mello e Matheus Nachtergaele em cena de "O Auto da Compadecida". Foto: Divulgação

Com uma nova abertura, de imagens que remetem à arte bizantina, e uma remasterização que reforça as cores e a definição das cenas, a minissérie “O Auto da Compadecida” voltará à tela da Globo a partir de 7 de janeiro. Antes disso, ainda no fim do mês, estará disponível para assinantes no Globoplay.

A emissora honra assim o aniversário de 20 anos daquela que é tratada como a minissérie de maior audiência de sua história, obra em quatro capítulos baseada na peça de Ariano Suassuna, com direção de Guel Arraes. O diretor, cuja família no Recife é vizinha da casa onde morava Suassuna, a quem a adaptação foi apresentada antes de ser gravada, falou longamente sobre a produção neste domingo (8), em painel na Comic Con Experience (CCXP), ao lado de Selton Mello, o Chicó.

Falar de Suassuna, Chicó e João Grilo em meio àquele universo cercado por geeks, com cosplayers de Jedis, Voldemorts, Homens de Ferro e outros seres pareceu um oásis, e Selton Mello reforçou a percepção ao desafiar que alguém aparecesse ali caracterizado como Chicó ou João Grilo, o personagem de Matheus Nachtergaele. “Não se valoriza a cultura brasileira”, disse ele.

“Não tem um lugar para onde eu vá neste país, nesses 20 anos, que não se refiram a mim com alguma menção ao Chicó”, disse Selton, assegurando que se trata de seu personagem mais popular.

O elenco conta ainda com Matheus Nachtergaele, Denise Fraga, Diogo Vilella, Marco Nanini, Rogério Cardoso, Lima Duarte, Fernanda Montenegro, Luís Mello, Norton Nascimento, Virginia Cavendish e Enrique Diaz, entre outros.

Para Guel, a exibição da obra no Brasil de 2020 traz à tona a necessidade de se olhar para os brasileiros, tantos Chicós e Joãos Grilos praticamente esquecidos em meio a um noticiário que fala muito de Brasília e cada vez menos de seus habitantes. Lembrar que na frente de batalha estão cidadãos, e não estatísticas, números ou leis é uma questão que vale para os dois lados do atual bolo da polarização, a direita e a esquerda.

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Cristina Padiglione

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