Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Semelhança une protagonistas de série da Netflix e de novela da Globo

Daniel Furlan e Emanuelle Araújo em cena de 'Samantha!', comédia que estreia dia 6, na Netflix. Divulgação

Repare só na descrição de duas sinopses e nas coincidências que unem uma história à outra:

  1. Atriz esquecida que teve fama como estrela mirim nos anos 1980 e que tenta voltar aos holofotes das maneiras mais inusitadas possíveis. Casada com ex-jogador de futebol que acaba de voltar para casa após dez anos de prisão.
  2. Atriz que fez muito sucesso quando criança e caiu no esquecimento. Presença de uma boy band que bombou nos anos 1980 e nos anos 90, luta para sobreviver.

A primeira definição é referente a “Samantha!”, primeira comédia da Netflix produzida no Brasil, com Emanuelle Araújo no papel título e Douglas Silva como ex-jogador de futebol. A realização é da Losbragas, produtora das irmãs Rita e Alice Braga, sobrinhas de Sônia Braga.

A segunda descrição diz respeito a “Verão 90 Graus”, novela das sete da Globo, de Paula Amaral e Izabel Oliveira,  prevista para entrar no ar no início de 2019, com Isabelle Drummond no papel da ex-estrela decadente. Como ela, os meninos da boy band também batalham pelo resgate da fama perdida.

Não penso que alguém tenha copiado alguém, mas a coincidência pesará mais para a Globo, que chegará com essa história depois da Netflix. “Samantha!” estreia dia 6 de julho, com todos os episódios já disponíveis na plataforma.

O retrato da criança que foi famosa e não transferiu para a fase adulta toda aquela graça que lhe garantia sucesso é quase regra nesse cruel universo de celebridades infantis, e é uma infelicidade que duas telas de tamanho destaque criem uma história com retratos tão semelhantes.

No plano da vida real, temos o caso de Angélica como exceção. Balão Mágico, com Simony personificando a realidade dessas duas protagonistas, Dominó, Polegar e afins são a regra. Sandy e Júnior também são caso à parte. Ela manteve o estrelato, mas houve a mudança do perfil infanto-juvenil da dupla com o irmão, Júnior, para a versão solo, com uma reformulação de repertório muito bem trabalhada. Da parte dele, também não se pode dizer que houve um confinamento ao ostracismo, mas a opção pela carreira de instrumentista e produtor musical naturalmente o coloca em posto mais próximo ao dos coadjuvantes, sem o protagonismo de quem leva o gogó ao microfone.

Por todas essas nuances e contrastes, são figuras ricas para alimentar qualquer roteiro ficcional, o que não exclui a infelicidade da coincidência que põe as duas em ação no mesmo calendário.

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Cristina Padiglione

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