Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

‘Sob Pressão’ homenageia profissionais da saúde em tempos de pandemia

Marjorie Estiano e Júlio Andrade como Carolina e Evandro. Foto de João Faissal/Divulgação

“Quem são as pessoas por trás das máscaras?”, questionam as vozes de Evandro (Júlio Andrade) e Carolina (Marjorie Estiano) nas chamadas para os dois episódios da série “Sob Pressão – Plantão Covid”, feitos especialmente para homenagear os profissionais de saúde nesses tempos de pandemia. “São pessoas que ignoram o risco de morte pra escolher a vida. Eu sempre disse que ninguém morria no meu plantão, mas agora morrem, cinco, dez, vinte”, diz Evandro. “Por trás das máscaras existe alguém que se arrisca pra proteger que você ama. Por trás das máscaras existe alguém sob pressão.”

Bem-sucedida em audiência e conteúdo, “Sob Pressão” já tem prontos os roteiros de sua 4ª temporada, que ainda será gravada para 2021. Como o momento provavelmente terá outro cenário, e assim desejamos, a Globo e a Conspiração, produtora parceira da emissora no projeto, resolveram criar algo específico para o contexto do ápice da pandemia, e mostrar, mesmo que seja na ficção, como funciona um hospital de campanha.

A ficção, no caso, é amparada pela realidade do médico Márcio Maranhão, consultor de “Sob Pressão” desde os primeiros takes e autor do livro que inspirou o filme e depois, a série, ambos idealizados pelo diretor e roteirista Jorge Furtado. Maranhão esteve na linha de frente no combate à Covid-19 e foi inclusive infectado, como relatou em ótima entrevista a Mauricio Stycer no UOL.

Os dois capítulos agora produzidos excepcionalmente para o contexto da Covid-19 são independentes do que virá a seguir, mas pegam carona no gancho deixado ao final da  3ª safra, quando doutor Evandro e a doutora Carolina foram clinicar em regiões rurais brasileiras, no norte do país, onde a medicina não chega.

O casal é chamado pelo doutor Décio (Bruno Garcia) para trabalhar em um hospital de campanha montado para atender aos pacientes infectados pela Covid-19. Em dois episódios, serão contadas histórias de pacientes enfrentando o vírus desconhecido e os dramas pessoais e profissionais de Carolina, Evandro e do corpo médico formado por Décio, Charles (Pablo Sanábio), Vera (Drica Moraes), Keiko (Julia Shimura) e Rosa (Josie Antello), além dos recém-chegados à equipe, o neurocirurgião Mauro (David Junior) e a enfermeira Marisa (Roberta Rodrigues).

Convém notar como os dois personagens inseridos no enredo agora são negros, um ganho para a série, ampliando a diversidade na tela, e para os movimentos antirracistas que tomam fôlego no Brasil. Uma das antigas falhas da televisão é a ausência de pretos em papéis de profissionais de formação acadêmica, como médicos, ofício que mais demanda estudos, advogados, jornalistas e enfermeiros, capazes de inspirar pessoas negras.

A Globo tem se empenhado para dar conta das cobranças sociais relacionadas à representatividade.

Dirigida por Andrucha Waddington e roteirizada por Lucas Paraízo e Márcio Alemão, “Sob Pressão” ganha assim mais um viés de utilidade pública, que bom.

Com gravações iniciadas em agosto, grande parte das cenas de “Sob Pressão – Plantão Covid” foram realizadas em um hospital de campanha cenográfico, montado especialmente para esta edição nos Estúdios Globo, no Rio. “Estamos lidando com nosso hospital de campanha como se fosse uma cidade cenográfica. Assim como os da vida real, que são tendas construídas em um estacionamento ou em um ginásio, fizemos o mesmo, nos Estúdios Globo, sem trair o DNA da série, que traz locações reais”, explica  Andrucha.
“Recriamos o hospital de campanha e, dentro dele, estamos trabalhando como se estivéssemos realmente no enfrentamento, cara a cara com a Covid, só que sem ter o paciente doente”, conclui.
Estreia em 6 de outubro.

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Cristina Padiglione

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