Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Streaming amplia vantagem sobre a TV paga no Brasil e vizinhança

Leandro Hassum em filme de Natal da Netflix: plataforma lidera consumo na América Latina, com comédia em primeiro lugar / Divulgação

O mais recente mapeamento de consumo de TV e streaming lançado pela BB, empresa de pesquisas de mídia e telecomunicações, coloca o consumo de streaming no Brasil bem acima dos patamares da TV paga, mas aponta também uma grande fatia de público que assiste aos dois tipos de serviço.

Segundo o estudo, 22% do público brasileiro assiste a serviços OTTs, ou seja, Over The Top, modelo onde se encaixam plataformas como Netflix, GloboPlay, Amazon Prime Video, Disney, HBO Max e Pluto TV, entre outras.

É preciso notar que 16% conciliam TV paga e OTTs, endossando que quem tem poder aquisitivo acaba ficando com as duas opções, mas também que há OTTs gratuitas, sustentadas apenas por publicidade, como é o caso da Pluto TV, da Viacom.

Apenas 7% no Brasil assinam só TV paga, sem contratação qualquer de serviço de streaming.

Quando se considera toda a América Latina, essas médias são mais altas: 24% das residências consomem TV paga e OTTs ao mesmo tempo, enquanto 19% veem apenas OTTs e 17% assinam só TV paga.

O relatório, dissecado com comparações entre países da América Latina em matéria publicada pelo conectado site Tela Viva, identifica na América Latina 235 plataformas OTTs, 475 mil títulos de filmes e 84 mil títulos de  séries disponíveis.

A Argentina, país onde a penetração de TV paga sempre esteve entre as maiores da região, é também o país que oferece a maior quantidade de OTTs, com 98 plataformas online. O México é o segundo, com 95, e o Chile, o terceiro, com 89.

O mapa destaca Netflix, Amazon Prime Video e Claro Video como os três principais serviços no conjunto da América Latina, ou seja, com maior número de consumidores. A Netflix ainda vence no consumo de horas, tendo filmes, séries e documentários no Top 3 de gêneros favoritos. As comédias estão em primeiríssimo lugar, seguidas de ação e, em seguida, ficção científica.

As dimensões ocupadas por cada plataforma no Brasil serão conhecidas por outros termômetros muito em breve, com a medição da Kantar Ibope sobre os serviços de streaming, um trabalho em fase de implementação no momento.

É esse pessoal que o Grupo Globo mira como seus principais concorrentes no Brasil. Não que a TV aberta, dona do maior faturamento da casa, possa ser colocada em segundo plano, mas nenhum outro conglomerado brasileiro vem dando atenção ao streaming, essa terra de gigantes capazes de roubar, aos poucos, o foco do entretenimento dos brasileiros.

CRÉDITOS

Em tempo: sem dar trégua ao crescimento do GloboPlay, a Netflix contratou Elisabetta Zenatti, executiva que fundou a produtora Floresta, listada entre as 50 mulheres mais influentes do mundo na TV e no entretenimento, em seleção elaborada pela revista Variety no ano passado.

São da Floresta sucessos como “Lady Night”, com Tatá Werneck no Multishow e Globo, e “De Férias com o ex”, da MTV, além de uma longa lista de produções vistas em todos os canais e de representar formatos da Sony no Brasil. A Floresta, via Zenatti, também foi parceira da Globo, como representante da Sony, na coprodução da série “O Anjo de Hamburgo”, sobre Aracy Guimarães Rosa, gravada até o mês passado em inglês, com Rodrigo Lombardi e Sophie Charlotte.

A contratação de uma executiva deste naipe no Brasil só amplia os créditos da Netflix como empresa disposta a investir no mercado local.

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Cristina Padiglione

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