Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

‘Superpoderosas’, novo feminino da Band, pode ser um ‘TV Mulher’ atualizado

Natália Leite, mais uma profissional crescida em meio às hardnews, agora entregue ao entretenimento

Com tantos programas ditos “femininos” na TV, cada emissora com o seu, é inexplicável que nenhum deles contemple de fato a imagem da mulher atual, dona de seu nariz, chefe do lar, bem informada sobre seus direitos e ávida por novas conquistas profissionais, amorosas, familiares ou sociais.

Dito isto, há motivos para acreditar que o “Superpoderosas”, programa que a Band lança no dia 2 de abril, tenha grandes chances de honrar esse conteúdo, com apoio inestimável da interatividade promovida pelas redes sociais.

A ideia vem do Escola de Você, plataforma criada para a web por Ana Paula Padrão e sua sócia, Natália Leite, que aqui assume a ancoragem de sua versão para a TV. “Superpoderosas” ocupará uma hora e meia das manhãs da Band, ao vivo, e também tem Padrão nos créditos – e muitas vezes, diante da tela. A cada edição, os temas propostos para o dia seguinte vão convidar o público feminino a se manifestar por meio dos canais disponíveis nas redes sociais, e tudo será balanceado no programa do outro dia.

Seja qual for o tema, a proposta promete derrubar a tese de que mulher não ajuda nem apoia outra mulher. Entre especialistas sobre temas diversos, haverá histórias inspiradoras e  “amadrinhamentos” – mulheres bem informadas que “amadrinham” outras, sem muito acesso a boa informação e reflexão.

“O coração do programa é a prestação de serviços, que a gente faz no Escola de Você”, diz Natália,. que continua: “É educar, entregar ferramentas para que cada um encontre suas saídas; É claro que é um programa de entretenimento, é claro que tem leveza, até porque isso é do nosso DNA, mas o principal é: ‘como eu ajudo essa mulher?’, ‘O que eu posso fazer por ela?’. Temos especialistas em diferentes assuntos. Eu tenho todas as respostas? Definitivamente não. Mas alguma coisa aqui pode ajudar a encontrar suas respostas. Então, os pilares são autoconhecimento, empoderamento, empreendedorismo, para a mulher encontrar o belo e o forte que já estão dentro dela e ela só precisa que alguém faça algo para que ela perceba, como já fizeram por mim.”

Natália vem do jornalismo dito hard news, trabalha com Ana Paula Padrão desde os idos da Record. A transição para um formato mais próximo do entretenimento, sem perder o dom de informar, tem sido bastante feliz.

Convém notar que desde o “TV Mulher”, revolucionária revista eletrônica feminina criada por Nilton Travesso e apresentado por Marília Gabriela e Ney Gonçalves Dias nos anos 80, a mulher evoluiu em todos os sentidos, ocupando espaço cada vez mais relevante na sociedade.

Paradoxalmente, enquanto isso acontecia do lado de cá da tela, os programas femininos da TV foram se esvaziando do outro lado.

A educação sexual que Marta Suplicy promovia, assim como a moda utilitária de Clodovil e tantos outros ensinamentos, deram lugar a infindáveis quadros de culinária, fofocas sobre celebridades e outras amenidades.

Nesse contexto, ouvindo o que Natália e Ana Paula têm a propor, é de se acreditar que podemos ter esperanças de uma categoria que saia fora do status sorvete na testa para um programa feminino.

Estreia em 2 de abril e vai ao ar de segunda a sexta, às 9h50.

 

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Cristina Padiglione

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